Os Estados Unidos já têm 64.563 casos registados de covid-19, que já fizeram 908 mortes, segundo o site Worldometer – são mais 9707 casos que ontem. O epicentro do surto norte-americano é o estado de Nova Iorque, que tem 30 811 casos e quase metade das novas infeções. O rápido aumento nos casos registados surge após a Administração de Donald Trump finalmente apostar forte em testes em massa, e tornou os EUA o terceiro país com mais infeções registadas, atrás apenas da China e de Itália.
O segundo estado mais afetado pela pandemia é Nova Jersey, vizinho de Nova Iorque, onde já houve 62 mortes, com 4402 casos registados, um aumento de mais de 727 em relação a ontem. Logo a seguir vem a Califórnia, com mais de 2853 casos, um aumento de apenas 287 casos – mas já morreram 64 pessoas no estado.
Entretanto, Trump está a ser pressionado para libertar os cerca de 37 mil imigrantes detidos por cruzar as fronteiras do país. Muitos estão fechados em espaços apertados e apinhados de gente, com falta de equipamento que os proteja da covid-19. Outros fazem parte de grupos de risco, pela idade ou por outros problemas de saúde. Várias organizações, como a União Americana pela Liberdades Civis (ACLU, na sigla inglesa) já apresentaram requirimentos legais para a libertação dos detidos. Entretanto, pelo menos um imigrante, num centro de detenção em Nova Jersey, deu positivo à covid-19, segundo a Associated Press.
Se a situação nos EUA não está fácil de momento, a expectativa é que piore. O surto poderá chegar ao pico dentro de três semanas, “quando mais dano será feito”, declarou hoje Ira Longini, um dos principais conselheiros do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla inglesa). Muitos profissionais de saúde queixam-se da despreparação do sistema de saúde norte-americano. “Não temos máquinas, não temos camas”, lamentou um médico de Nova Iorque, que falou em anonimato à CNN, temendo perder o emprego. “É um cenário tipo terceiro mundo. É avassalador”.