O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales anunciou, esta quinta-feira, os números confirmados de infetados pela covid-19 e o número de óbitos até à 00h00 desta quinta-feira. Existem 3544 pacientes infetados com o novo coronavírus, o que representa um aumento de 549 pessoas comparativamente às últimas 24 horas – um aumento de 18,3%.
191 pessoas estão internadas, das quais 61 estão em cuidados intensivos. As restantes encontram-se em casa,a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde. O número de óbitos subiu para 60. Por outro lado, o número de recuperados subiu para 43.
O SNS está "pronto a dar respostas a doentes com covid-19", na fase de mitigação, onde ocorre tranmissão comunitária. Segundo o secretário de Estado da Saúde, as administrações regionais de saúde, "de uma maneira geral" estão preparadas. "Os centros de saúde e hospitais estão operacionais, tendo já sido criados os respetivos circuitos de covid e não covid", afirma.
António Sales pede que ocorra um "aumento dos cuidados individuais", nesta nova fase da epidemia, visto ser "crucial que as pessoas não adoeçam todas ao mesmo tempo". "Os contactos sociais devem ser reduzidos mais do que nunca", apela.
Sobre os testes, o secretário de Estado da Saúde afirma que 5000 chegaram esta quarta-feira, dos 80000 previstos. Os restantes chegam na próxima semana. "Temos 3000 mil testes em stock, estamos preparados para esta fase", afirma. Até domingo, é esperado que o SNS receba vários materiais encomendados, como equipamentos de proteção e material de testagem.
Como mensagem final, o secretário de Estado da Saúde deixa um agradecimento aos profissionais de saúde. "Esta pandemia tem posto à prova todos os sistemas de saúde de todo o mundo. E creio que temos todos razão de orgulharmos do nosso serviço nacional de saúde".
Depois seguiram-se os esclerecimentos de Graça Freitas, que começou por voltar a sublinhar que nesta fase da pandemia, muitas das pessoas infetadas futuramente irão ficar em casa, acompanhados pelos profissionais de saúde e que isso não deve ser preocupante. "É um bom sinal, quer dizer que têm patologia ligeira e que a sua doença vai provavelmente evoluir bem", explica a diretora-geral da saúde, que aponta que o melhor para os doentes com sintomas ligeiros e moderados é ficar em casa, em segurança, a recuperar e sublinha que estes pacientes devem ficar com a "tranquilidade que estão a ser acompanhados".
Sobre a letalidade da covid-19 no nosso país, a diretora-geral da Saúde diz que Portugal está "dentro do que era expectável". "A letalidade geral do nosso país é pouco superior a 1% para todos os grupos etários. Mas é mais elevada em pessoas com mais de 70 anos", afirma.
Questionada sobre o aumento do número de mortes e sobre o aumento de pessoas em cuidados intensivos, Graça Freitas explica que esta "é uma doença de longa evolução. Não termina em poucos dias. À medida que temos mais doentes e que vai passando mais tempo desde o ínicio da doença, temos doentes que chegam a uma fase mais grave. Podem não ter começado a doença em estado grave mas vão evoluindo para esta fase. E alguns destes casos graves, infelizmente, vão evoluindo para mortes. É a história da doença", afirma.
Nesta nova fase, onde já existe contágio comunitário, o critério para ligar para o SNS24 é "ter sintomas", afirma Graça Freitas, sublinhando que a tosse, a febre e a dificuldade respiratória, "numa altura que já acabou a época gripal" pode ser preocupante e isso deve levar à procura da linha SNS24 sem pânico. "Não se passa diretamente de uma fase de tosse para uma dificuldade respiratória grave", sublinha..
"A nossa capacidade vai aumentar", afirma Graça Freitas, questionada sobre o número de testes, apontando que a partir de hoje os hospitais privados que vão apoiar o SNS na realização de testes. "Quem for triado como suspeito de ter covid-19 vai ter acesso a um teste", garante a diretora-geral da Saúde.