A tragédia tem vindo a ser anunciada: o novo coronavírus já matou mais nos Estados Unidos do que os ataques do 11 de setembro, segundo a contagens estatais e das agências de saúde dos condados. E de acordo com os avisos dos responsáveis pela coordenação ao combate à epidemia, no melhor dos casos, as fatalidades podem chegar às 200 mil. Por enquanto, a cifra dos 3 mil foi ultrapassada – nos ataques terroristas de há 19 anos estiveram a um dedo do registo das três mil mortes.
Os EUA já têm o maior número de casos confirmados com coronavírs no mundo inteiro, com cerca de 160 mil. Mas é no estado de Nova Iorque que o surto tem sido mais difícil de gerir: tem cerca de um terço do total das vítimas mortais da covid-19 (cerca de 1200). O que levou o governador de Nova Iorque a alertar – depois de anunciar que entre domingo e segunda-feira morreram 250 pacientes – que o registo de fatalidades diárias pode ser tão negro como o italiano e espanhol: pode chegar às 800 por dia.
“Quero-me preparar para esse ápice, porque o vírus tem estado à nossa frente em todos os passos”, disse Cuomo aos repórteres.
E a luta institucional entre os governos estaduais e a Administração Trump parece estar para continuar. Um dia depois do ocupante da Casa Branca ter dito que “não tinha ouvido falar de testes durante semanas” e que o país tem testado “mais do que qualquer nação”, numa chamada entre os governadores, sugerindo que a escassez crónica destes já não representava um problema nos EUA, o governador republicano de Maryland insurgiu-se contra o Presidente do seu próprio partido, mas sem o culpar em
Em declarações à CNN, Larry Hogan afirmou que a escassez de testes está a levar as autoridades estaduais a terem que “adivinhar” onde estão os surtos e as taxas de infeção daqueles que se encontram hospitalizados. No entanto, elogiou o Governo federal pelos “grandes passos” tomados para endereçar esse problema: “Estamos todos juntos nisto”.
Um problema a decorrer também no estado de Montana, segundo uma gravação obtida pelo New York Times na segunda-feira. Segundo o governador deste estado, Steve Bullock, democrata, as autoridades de saúde estaduais têm tentado fazer “rastreamento de contacto”. Ou seja, tentar indentificar aqueles que estiveram em contato com infetados confirmados. Mas, o segundo o que o New York Times cita, Bullock disse que esse esforço contorce-se pela falta de “testes adequados”. “Estamos literalmente a um dia, se não recebermos kits de testes do Centro de Prevenção e Doenças, não seremos capazes de realizar testes em Montana”.
Para ser mais exato, embora a atualização diária não tenha sido feita ainda pela administração, a Universidade de John Hopkin indica que os Estados Unidos já vão em 3416 mortes e regista mais de 174 mil infeções.