Confrontado “com um aumento constante e progressivo de corpos que aguardam cremação”, o principal crematório de Milão, a principal cidade da região mais afetada pela pandemia do novo coronavírus em Itália, viu-se nesta quinta-feira obrigado a fechar portas por um mês.
O anúncio do encerramento do maior crematório da capital económica italiana foi feito pelo município de Milão, com a indicação de que o tempo de espera para as cremações está a rondar os 20 dias – prazo que, a ser alargado, “provocaria problemas de higiene e sanitários”.
De acordo com o balanço oficial desta quinta-feira, 760 pessoas morreram vítimas do novo coronavírus nas últimas 24 horas em Itália, 366 das quais na Lombardia, a região mais fustigada pela pandemia. Desde que se registaram os primeiros casos no país que é esta a região mais afetada, com 7.960 – mais de metade do total de 13.915.
Só em Milão, morreram no último mês 2155 pessoas, quase o dobro dos 1224 óbitos registados no período homólogo do ano passado.
Também na Lombardia, já Bérgamo, a cidade mais atingida pela pandemia em todo o país, se viu já obrigada a proceder ao transporte de corpos em camiões militares para poderem ser cremados noutras regiões.