A Esquadra de Turismo da PSP, em Santa Apolónia, Lisboa, já tem cinco agentes infetados pelo novo coronavírus e continua a funcionar sem medidas de conteção definidas – a única tomada até agora foi a desinfeção do local. Mas as restantes rotinas mantêm-se.
Além disso, o i sabe que outro agente com sintomas da covid-19 contactou a linha Saúde 24, que recomendou ficar em casa, mas mesmo assim foi chamado para ir trabalhar devido à falta de polícias naquela esquadra.
“Os familiares dos agentes da Esquadra de Turismo Lisboa estão muito revoltados. Estão sempre a questionar os últimos desenvolvimentos”, sublinhou o vice-presidente da Organização Sindical dos Polícias (OSP), Jorge Rufino, ao i, referindo ainda que só naquela esquadra trabalham cerca de 60 profissionais que terão tido contacto direto com os infetados. O edifício é ainda partilhado com uma equipa da Esquadra de Intervenção e Fiscalização Policial composta por 19 elementos.
“Há colegas que vivem juntos em camaratas e dividem apartamentos. Nada foi feito para isolar ninguém. Vários elementos que mantiveram contacto com os que testaram positivo continuam a trabalhar”, reforçou Jorge Rufino, preocupado com aquilo que poderá ser um foco de contaminação. As viaturas policiais também continuam a ser partilhadas.
Segundo o i apurou, o primeiro resultado de infeção pelo novo coronavírus na esquadra foi conhecido na sexta-feira. Depois de contactarem o delegado de saúde, as chefias decidiram mandar testar todos os agentes, mas enquanto esperavam pelo resultado dos testes nada se alterou.
Alguns dos agentes da Esquadra do Turismo chegaram também a ser chamados este domingo para as operações de fiscalização que estão a decorrer nas ruas, de norte a sul do país, mas acabaram por ser enviados para casa porque alguns deles não possuíam viseira de proteção.
“A operação foi na estação de Sete Rios. Uma operação designada de grande impacto. Mas dos quatro desta patrulha apenas dois têm viseira acrílica distribuída. Face a esta pandemia existente na Esquadra de Turismo, e sendo esta patrulha um potencial risco de contaminação, a situação foi relatada à comandante que ao aperceber- se da situação deu ordem para mandá-los embora”, explicou o vice-presidente da OSP, tecendo elogios à sub-comissária Inês Lemos.
O i contactou a Direção Nacional da PSP que não prestou quaisquer esclarecimentos sobre o caso.
As forças de segurança, recorde-se, receberam este domingo um reforço de material de proteção individual contra a covid-19, com o Ministério da Administração Interna a proceder à distribuição de 316 mil máscaras e ainda 495 mil pares de luvas. No total, vão ser distribuídos cerca de um milhão de equipamentos de proteção.