Das confederações patronais e das centrais sindicais… nem uma ideia! Burocracias fossilizadas, fazem o que sempre fizeram: exigem subsídios e dinheiro a fundo perdido! Quando toca a mamar na teta do Estado, patrões e sindicatos estão sempre de acordo.
Como de costume, a esquerda exige… ‘os ricos (os bancos) que paguem a crise’ – uma receita ensaiada nos anos que se seguiram à revolução de Abril, com péssimos resultados. Mas os bancos já serão capazes de aguentar o esforço necessário para energizar os agentes económicos, se os devedores não forem PME depauperadas, mas entidades com risco-Estado ou equivalente, que podem endividar-se para fornecer liquidez à economia.
Teorias e palavreado servem de pouco para fazer sair do buraco. Só a ação concertada do aparelho do Estado poderá resolver os problemas, na condição de se traduzir em medidas suportáveis, sustentáveis… e com efeito imediato.
Cabe ao Governo avançar, ‘rapidamente e em força’, dando o exemplo – e, a seguir, convencendo os privados a fazerem o mesmo. Os organismos da administração central e local têm acesso fácil ao crédito, embora não seja de excluir a garantia do Estado para os ‘financiamentos corona’. Que peçam emprestado e paguem aos empreiteiros e fornecedores de primeira linha, com a obrigação controlada de estes cumprirem de igual modo até ao último dos trabalhadores. O dinheiro chegará rapidamente à economia – e só quem não esteja nesta cadeia económica terá necessidade de se endividar. Com estes, já os bancos podem.
Cumpre à administração pública pública mostrar que o caminho certo está em deixar ir os anéis para que se salvem os dedos. Cabe-lhe antecipar as encomendas correntes, elevar os stocks mínimos e lançar sem mais delongas as obras de conservação e reparação que estão a aguardar calendário. É por aí que a economia pode ser ativada. Na mesma onda, será útil lançar um programa de aquisição de obras aos artistas plásticos, e articular com os promotores de espetáculos a forma de dar trabalho remunerado aos músicos e às gentes do teatro.
As grandes instituições do setor privado serão incentivadas a seguir o exemplo do setor público: antecipar encomendas e pagar depressa. E as grandes superfícies fariam bem em avançar com uma ação patriótica de ‘aspiração’ dos produtos agrícolas perecíveis que a conjuntura não está a permitir exportar: vinho e azeite podem esperar, frutas, legumes e flores… não!
Cereja no topo do bolo: caberá ao Governo tomar a iniciativa de fazer aprovar a isenção de contribuições para a Segurança Social sobre os subsídios de férias e de Natal que sejam pagos com a antecipação mínima de três meses.
Noutros tempos, finalizaria: ‘À consideração superior’.