Hal Willner, o músico norte-americano responsável pela área musical do programa televisivo Saturday Night Live e produtor de álbuns de Lou Reed e Bill Friser, morreu na terça-feira, em Nova Iorque, aos 64 anos. A notícia foi ontem avançada pela Associated Press. Blake Zidell, agente do produtor, confirmou que Wilner apresentava sintomas compatíveis com um quadro de covid-19, mas que não era possível confirmar ser essa a causa de morte uma vez que Willner não tinha sido testado. Contudo, o próprio produtor já tinha assumido que estava infetado. No dia 28 de março escreveu no Twitter: “Sempre quis ter um número, mas não este”, disse então, afirmando estar já de cama e aludindo ainda ao facto de Nova Iorque se ter tornado num epicentro da doença nos EUA.
Nascido em Filadélfia, em 1956, Willner era um veterano do Saturday Night Live. Chegou ao programa da NBC em 1980, e mais tarde tornou-se responsável pelas escolhas musicais. Em simultâneo, e desde a década de 70, produziu vários discos de autores como William S. Burroughs, Lucinda Williams, Laurie Anderson; supervisionou dezenas de homenagens e tributos (como a de Neil Young, a de Thelonious Monk, o pianista do bebop, ou a de Nino Rota, o compositor dos filmes de Fellini) e trabalhou ainda com dezenas de músicos em filmes da Disney.
Como produtor, e entre os discos mais sonantes, destaca-se o trabalho que desenvolveu com Lou Reed. Hal foi o produtor de álbuns como Lost in the Stars e Lulu. Este último, gravado em 2011, dois anos antes da morte do músico, trazia uma colaboração entre Reed e os Metallica.
Organizou também os projetos Lost in the Stars: The Music of Kurt Weill, Stay Awake: Various Interpretations of Music from Vintage Disney Films e Weird Nightmare: Meditations on Mingus, dedicado ao contrabaixista Charlie Mingus, um dos grandes nomes do jazz norte-americano. E foi uma imagem de Mingus que os Sonic Youth agora publicaram nas redes sociais como forma de despedida do produtor com quem também se cruzaram: “Colocámos [esta imagem] em homenagem a Hal Willner, que morreu em Nova Iorque devido ao vírus. Hal era um amigo de todos, um verdadeiro amante da música, que esteve ao serviço de muitos que iluminaram o mundo”. Também o ator Ben Stiller prestou homenagem ao músico, lembrando que Hal “fazia parte da música e da comédia da cultura pop” de que tantos desfrutaram ao longo dos anos.