Ventiladores? “Até ao momento não houve nenhuma situação que não tenha sido possível resolver”

A ministra sublinha que a doença vai permanecer até haver um tratamento/vacina e que é preciso estabilizar os equipamentos destinados a esta patologia, de forma a que também outros doentes possam receber os cuidados necessários.

Portugal registou até esta segunda-feira um total de 535 mortes devido à covid-19, mais 31 nas últimas 24 horas. Na conferência de imprensa desta segunda-feira, a ministra da Saúde, Marta Temido, revelou que a taxa de letalidade é agora de 3,2%, sendo que acima dos 70 anos é de 11,2%.

A governante fez ainda um balanço da linha SNS 24, que este domingo recebeu 10.943 chamadas e atendeu 9.903 chamadas. O tempo médio de espera foi de 30 segundos. Segundo a ministra o atendimento de apoio psicológico recebeu 230 chamadas de cidadãos em geral e profissionais de saúde.

Marta Temido realçou ainda que já foram realizados quase 179 mil testes covid-19 desde 1 de março, a maior parte foram feitos no presente mês de abril. "Durante os 12 primeiros dias de abril já realizámos mais testes do que durante o mês de março. O dia em que realizámos mais testes foi na última quinta-feira, mais de 11 mil testes", disse.

"Os testes não salvam vidas, mas podem ser um apoio", nomeadamente em residências onde vivam muitas pessoas e em lares, realçou.

Também esta segunda-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou um documento sobre o uso de máscaras, uma questão que tem estado no centro do debate. “Existem três tipos de máscaras: respiradores, destinado aos profissionais de saúde; máscaras cirúrgicas, que previne transmissão de agentes infecciosos para os restantes; e máscaras sociais, as mais comuns", disse Marta Temido, explicando que as máscaras não cirúrgicas ou sociais “podem ser de diferentes materiais, como algodão” e são destinados à população em geral e não para profissionais de saúde ou pessoas doentes.

"A utilização deste tipo de equipamento deve ser meticulosa", lembrou Marta Temido, reiterando que as recomendações das autoridades de saúde portuguesas "estão alinhadas com as recomendações das normas europeias. Máscaras cirúrgicas são prioritárias para profissionais de saúde, imunodeprimidas, idosos e pessoas trabalham em serviços essenciais. Adicionalmente, poderá ser utilizada a máscara comunitária em locais com muitas pessoas, como supermercados e transportes públicos", disse, referindo que o objetivo da utilização destas máscaras é que as máscaras cirúrgicas não escasseiem para aqueles que realmente precisam.

Questionada sobre os ventiladores, Marta Temido garante que até ao momento não houve nenhuma “situação que não tenha sido possível ser resolvida” pelos hospitais.

“Houve situações de maior constrangimento no Hospital de Aveiro, mas a situação foi ultrapassada com outros hospitais da rede SNS. Número de doentes de cuidados intensivos está a decrescer, com transferência para enfermaria geral, o que é um sinal encorajador", acrescentou.

A ministra relembra ainda que a doença vai permanecer até haver um tratamento/vacina e que é preciso estabilizar os equipamentos destinados a esta patologia, de forma a que também outros doentes possam receber os cuidados necessários.

“A doença vai ficar connosco até ser encontrado um tratamento e por isso o reforço das Unidades de Cuidados Intensivos é importante (…) se alguma coisa se complicar, há que garantir que há um ventilador para todos”, disse, revelando que vão chegar do mercado externo 19 milhões de máscaras cirúrgicas e um milhão de respiradores FFP2, assim como equipamentos de proteção individual. Ao mercado interno foram compradas batas, fatos de proteção integral e luvas e estão a ser feitos “todos os esforços para entregar ventiladores” que já foram adquiridos.

Questionada sobre a taxa de letalidade, Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, referiu que “a região centro é a que tem maior taxa de letalidade porque há uma grande densidade de lares”.

Segundo a responsável os números variam de acordo com a distribuição demográfica da população, densidade populacional nas regiões com focos de doença e a concentração de pessoas vulneráveis em instituições.