A 73ª. edição do festival de cinema francês estava, originalmente, marcada para maio, a organização já a tinha adiado para finais de junho ou início de julho, por causa da pandemia, mas admitiu hoje que esse adiamento já não está em cima da mesa.
A informação foi dada em comunicado depois de o Presidente francês, Emmanuel Mácron, ter anunciado, num discurso à nação, que o confinamento social no país se estenderá até 11 de maio e que não poderão ocorrer festivais pelo menos até meados de julho.
"É claramente difícil assumir que o Festival de Cannes possa acontecer este ano no formato original", lê-se no comunicado do festival, escrito por Thierry Fremaux, diretor do festival. Ainda assim, não foi adiantada qualquer nova data, porque o festival está em conversações, desde segunda-feira, com os profissionais do setor, dentro e fora de França.
"Eles concordam que o Festival de Cannes, um pilar essencial para a indústria cinematográfica, deve explorar todas as contingências que permitam apoiar o ano cinematográfico, fazendo com que o festival se torne uma realidade, de uma maneira ou de outra", defende.
Numa entrevista na semana passada à revista Variety, Thierry Fremaux descartava a hipótese de realizar o festival através da Internet, considerando que seria "um modelo que não funcionaria" devido à "alma, história e eficiência" de Cannes.
A revista especializada recorda que poderá ser problemático um adiamento do festival para depois do verão, uma vez que estão previstos os festivais de Veneza (Itália), Toronto (Canadá) e San Sebastian (Espanha) e a feira profissional Mipcom.
Em toda a sua história, o festival de cinema de Cannes foi apenas cancelado uma vez, em 1968, durante os protestos estudantis do histórico mês de maio.