Portugal está a unir esforços para garantir que quem não tem uma casa possa, neste momento, ter pelo menos um teto para dormir. Desde o início da pandemia, foram criados de norte a sul do país 18 centros de abrigo para as pessoas em situação de sem-abrigo, avançou esta terça-feira Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Estas unidades, referiu Ana Mendes Godinho durante a Comissão Parlamentar de Trabalho e Segurança Social, foram encontradas “em função das necessidades locais e desenvolvidas pelos núcleos locais e estamos um trabalhar com o Ministério da Defesa e as Pousadas da Juventude para situações em que já há um processo de reintegração das pessoas”.
A diminuição de voluntários é também uma realidade que a ministra responsável pela pasta da solidariedade diz estar a ser resolvida em colaboração com os municípios e com as forças armadas para que as refeições para a população em situação de sem-abrigo não faltem.
Até agora, avançou Ana Mendes Godinho, foram identificadas duas pessoas que precisam de acompanhamento devido ao novo coronavírus.
Segundo os dados mais recentes da OCDE, publicados no início deste ano, O número de pessoas em situação sem-abrigo em Portugal aumentou 157%, num período de quatro anos – entre 2014 e 2018, ano que registaram 3396 pessoas sem um teto.
O estudo “Melhores dados e políticas para combater a falta de casa na OCDE” fez uma análise à realidade das pessoas que se encontram em situação de sem-abrigo em 35 países e o cenário não é animador: “A falta de casa aumentou em cerca de um terço dos países da OCDE nos últimos anos”, lê-se no documento. A par com Portugal, a taxa de pessoas sem teto também aumentou em países como Austrália, Chile, Inglaterra, França, Irlanda, Islândia, Letónia, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Escócia, Estados Unidos e País de Gales.