Embora em Portugal tenhamos assistido a um generalizado apoio às instituições políticas (PR, Governo e Assembleia), de resto seguindo a sabedoria popular, também temos assistido a umas vozes (poucas) discordantes.
Sei que nisto, como em tudo, cada cabeça sua sentença. Mas numa guerra, temos de ter um comando único e indiscutido, mesmo que não concordemos sempre com ele (e enquanto dura o conflito, o melhor mesmo é calar discordâncias, desde que não sejam demasiado fortes).
Tenho reparado porém que um certo jornal, embora tenha dois colunistas na última página com destaque semelhante, acaba por dar mais valor na newsletter que distribui pelos assinantes ao que está sempre contra o Governo, do que ao que faz análises sóbrias e desapaixonadas. Talvez ache que o outro vende melhor os jornais, apesar do apoio popular ao Executivo.
Também uns epistolares que não hesitam em contrariar a OMS, querem agora que o Governo siga os piores embora provavelmente involuntários exemplos (Itália e Espanha), para alinhar rapidamente na recuperação económica, em detrimento da saúde e da prudência com que as autoridades têm tratado a matéria, a até com bons resultados à vista.
Costa disse por aí que íamos ter um ‘querido mês de Agosto’ (numa referencia ao filme com esse título). Seria já uma cedência aos epistolares impróprios? Mas ele manifestou a intenção de continuar a mesma política de prudência, de que tantos benefícios tirámos, numa entrevista à Rádio do Observador.
Pedro d'Anunciação