O Parlamento decidiu manter a sessão solene do 25 de Abril. A decisão foi concertada entre Marcelo Rebelo de Sousa e Ferro Rodrigues e contou com o apoio do PS, PSD, PCP, BE e da deputada Joacine Katar Moreira. CDS, PAN e IL preferiam outro modelo devido à pandemia e o Chega defendeu mesmo que a cerimónia não devia realizar-se.
A sessão solene vai manter-se, mas com alterações significativas por causa da pandemia. Apenas poderão estar presentes um terço dos 230 deputados, para garantir o distanciamento social. O número de convidados também será reduzido e irão sentar-se nas galerias. Em tempos de normalidade, o lugar dos convidados é à frente dos deputados.
A decisão de comemorar o 25 de Abril desta forma não passou ao lado do debate sobre a renovação do estado de emergência.
O CDS alertou que o Parlamento não pode estar a dar, nesta altura, «sinais errados» aos portugueses. «Não se pode proibir a celebração da Páscoa, mantendo a celebração do 25 de Abril, que desrespeita no parlamento tudo aquilo que são as normas que as entidades públicas recomendam», afirmou João Almeida.
O presidente da Assembleia da República fez questão de responder às críticas dos centristas e lembrou que «há uma gr ade maioria neste Parlamento que quer celebrar o 25 de Abril e vamos celebrar o 25 de Abril neste parlamento».
O ex-líder do CDS Ribeiro e Castro fez duras críticas à decisão de manter as comemorações do 25 de Abril. «É um rematado disparate e contrasta em absoluto com o ser decretado o estado de emergência por mais um terceiro período. Ou bem que há emergência, ou bem que não há. Das duas, uma: ou o assunto é sério, ou é uma brincadeira», afirma o ex-deputado.
O CDS sugeriu a substituição da cerimónia por uma mensagem ao país do Presidente da República. O PAN também discordou do modelo encontrado pela esquerda e PSD e preferia que a realização da sessão solene através de videoconferência. Já a Iniciativa Liberal queria ainda menos deputados nas salas e avançou com a proposta de estar presente apenas um representante por partido.
O Chega foi o único partido a defender que a sessão solene não deveria realizar-se devido à pandemia. André Ventura argumentou que «fazer uma festa, qualquer que ela seja e por muito importante que seja, quando pedimos aos portugueses para estarem confinados nas suas casas, não deixa de ser absurdo».