Agora, perante a pandemia gravíssima do covid-19, socorremo-nos da experiência, relativamente a outras tantas crises, epidemias, guerras e calamidades, que conhecemos bem.
Esta pandemia trouxe à evidencia a nossa fragilidade como pessoas, dos governos e de todas as organizações mundiais. Mas trouxe também à evidencia a forma fútil e vazia como temos vivido até aqui.
Evidenciou também, de forma chocante, a desigualdade. Essa desigualdade que condena os pobres, os mais fracos ao sofrimento e à morte.
Fiéis aos imutáveis preceitos fundacionais em prol de um mundo melhor, baseados na defesa dos direitos humanos, da cidadania e dos valores que enformam o progresso da humanidade, sempre sem transigir quanto aos direitos, liberdades e garantias das pessoas, TEMOS DE AGIR.
Agir sempre e sem hesitações quanto ao dever de ter de fazer o possível dentro do necessário, para salvar vidas e mais ainda, para que tudo possa voltar à normalidade o mais depressa possível.
Mas antes de agir, obriga-nos a história e a memória, a refletir e a ponderar.
Num mundo em permanente evolução, a mudança deve estar ancorada num quadro de valores que, em momento nenhum, esqueça o personalismo e a liberdade individual como principal motor dessa dinâmica e, em última instância, da garantia da própria felicidade humana.
E neste desafio, poucas são as instituições seculares que têm mantido viva a luz. Por vezes, na vida, somos nós que fazemos a História. Noutras ocasiões é a História que nos faz a nós. A sociedade em que vivemos hoje em profunda mudança, encerra um conjunto de desafios de proporções ainda desconhecidas e de consequências imprevisíveis. Os riscos da incerteza exigirão firme e determinada intervenção das lideranças das principais instituições que compõe a sociedade.
A pandemia trouxe constrangimentos profissionais, financeiros, na saúde, e nas famílias pelo que a esperança não pode falhar, não podemos desistir, não nos podemos render nem desesperar.
Ninguém, absolutamente ninguém, deve ficar à beira da estrada. Nenhuma pessoa nos deve deixar indiferentes. Existem princípios de solidariedade e generosidade que não devem ser esquecidos e que agora são mais importantes do que nunca.
O que se espera é que os governos defendam o homem em todas as suas vertentes dos direitos humanos, da liberdade, da fraternidade, da democracia e do estado de direito.
E é na atenção generosa e solidária que poderemos ajudar as pessoas, que poderemos preservá-las, dar-lhes força e confiança.
É por causa disso que todos são CONVOCADOS A AGIR, isolada ou coletivamente, para minorar o sofrimento, para evitar as doenças, para promover o desenvolvimento, para matar a fome, para elevar a ciência, para defender a liberdade, para tolerar as diferenças, para combater as injustiças e apelar aos governantes para as emergências sociais resultantes desta calamidade.
É graças a essa atenção a todas as pessoas, sem qualquer discriminação, ética, religiosa, política e racial, como um amor que não espera nada em troca, que manteremos o vínculo que gera e desperta a harmonia do mundo.
«O que fazemos para nós mesmos morre connosco. O que fazemos pelos outros e pelo mundo, permanece e é imortal». Albert Pike
Eu estou a agir. Nós estamos a agir. Temos de estar presentes para todos.
por Armindo Azevedo
Grão Mestre
Grande Loja Legal de Portugal/ Grande Loja Regular de Portugal