Foram libertadas cerca de 20 pessoas, incluindo portugueses, que viviam confinadas num restaurante no bairro de San Blas, em Madrid, Espanha. Cada pessoa era forçada a pagar 400 euros, por mês, para viver em espaços de apenas um metro e meio.
A investigação da polícia espanhola teve início depois de ser detetado que havia pessoas a residir dentro do restaurante, que já havia cessado atividade. Numa inspeção, além de portugueses, foram encontrados no local cidadãos do Bangladesh, Colômbia, Filipinas, Honduras, Peru, Venezuela e Espanha, inclusive.
Fonte da polícia revelou, esta sexta-feira, que a proprietária do restaurante e o proprietário do imóvel foram detidos e acusados de vários crimes, nomeadamente favorecimento de imigração irregular e coerção.
Os espaços onde estas pessoas moravam tinham apenas metro e meio e eram separados por plástico ou papelão. No local estavam dois bebés com menos de um ano. Quando não pagavam os 400 euros mensais exigidos, eram impedidos de aceder aos serviços básicos, forçados a dormir em espaços ainda mais pequenos, como uma sala fria, e foram ameaçados de serem infetados com o novo coronavírus, depois de a proprietária do restaurante dizer que estava infetada e tossir e espirrar para os pratos na hora das refeições.
O proprietário do imóvel também foi detido, uma vez que tinha conhecimento do que estava a acontecer.
Algumas destas pessoas trabalhavam num hostel, o que leva a polícia a investigar a possibilidade de haver mais envolvidos no caso.