O consulado do Brasil em Lisboa responsabiliza o presidente da Associação Brasileira em Portugal, Ricardo Amaral Pessôa, pelo caos que se viveu nos últimos dias no aeroporto da capital portuguesa, com muitos brasileiros a desesperar por um voo de repatriamento.
Numa nota enviada ao i, aquele consulado começa por esclarecer que até agora já foram repatriados 1494 brasileiros e que o próximo voo deverá levar mais 300. Explica ainda que está a ser dada prioridade a cidadãos que ficaram retidos e sem hipótese de regressar nos seus voos comerciais e a brasileiros que residindo em Portugal se enquadram numa situação humanitária.
"Com vistas a apoiar os nacionais brasileiros que não se enquadrassem nos critérios de repatriamento, mas que ainda assim se viram em situação de dificuldades económicas, o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa providenciou, com verbas próprias ou mediante a cooperação de entidades beneficentes (notadamente igrejas próximas à comunidade), alojamento, alimentação e medicamentos para os casos mais urgentes", refere o consulado.
No que toca ao repatriamento foi feito um registo oficial de quem estaria abrangido. “Nenhuma pessoa física ou jurídica está habilitada a produzir cadastros paralelos”, avisou hoje o consulado, acusando Ricardo Pessôa de fazer “promessas vazias” e de por em risco a saúde de várias pessoas que foram para o aeroporto sem estarem nas listas.
"Ao fazer promessas vazias de contemplar nos voos de repatriamento quem não figurava nos cadastros apropriados, e ao incentivar a aglomeração de pessoas nessa situação no aeroporto de Lisboa, o sr. Ricardo Amaral Pessôa prejudicou os trabalhos do Consulado e prestou um desserviço a dezenas de nacionais brasileiros, inclusive pondo em risco à sua saúde, num contexto em que imperam estritas restrições legais à circulação e à aglomeração de pessoas", conclui a mesma fonte.
Nos últimos dias foram vários os brasileiros a pernoitarem no aeroporto de Lisboa à espera de um lugar no próximo voo de repatriamento.