André Mendonça é o substituto de Moro. Comando da Polícia Federal fica a cargo de amigo dos filhos de Bolsonaro

Também Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e amigo dos filhos de Jair Bolsonaro, vai ser o diretor-geral da Polícia Federal (PF).

Está escolhido o substituto de Sérgio Moro à frente da pasta da Justiça no Brasil. O Governo federal anunciou esta terça-feira que o advogado André Luiz Mendonça é o novo ministro da Justiça.

Também Alexandre Ramagem, atual diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e amigo dos filhos de Jair Bolsonaro, vai ser o diretor-geral da Polícia Federal (PF), cargo que ficou vago depois de o presidente do Brasil exonerar Maurício Valeixo, levando assim à demissão de Moro do Governo.

Recorde-se que Sergio Moro anunciou a sua saída do Governo, na semana passada, acusando Jair Bolsonaro de querer interferir nas investigações da Polícia Federal e de estar “muito preocupado com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal”. Numa declaração que fez ao país, o antigo juiz da Lava Jato afirmou mesmo que o então diretor da Polícia Federal foi exonerado pelo Presidente brasileiro contra a sua vontade, afirmando ainda que a sua assinatura foi colocada no despacho sem o seu conhecimento, o que pode configurar crime.

Face as estas declarações, um juiz Supremo Tribunal Federal do Brasil determinou esta segunda-feira à noite a abertura de um inquérito para investigar as acusações de interferência em processos judiciais contra Jair Bolsonaro.

"A análise da petição formulada pelo Senhor Procurador-Geral da República revela práticas alegadamente delituosas que teriam sido cometidas pelo senhor Presidente da República em contexto que as vincularia ao exercício do mandato presidencial, circunstância essa que afastaria a possibilidade de útil invocação, pelo Chefe do Poder Executivo da União, da cláusula de 'imunidade penal temporária'", referia a decisão do juiz Celso de Mello.

Bolsonaro chegou a responder a Moro, negando todas as acusações do ex-ministro.

“[Moro] disse que tem uma biografia a defender, eu tenho um Brasil para zelar”, disse, assegurando que “nunca pediu para blindar [investigações a] ninguém da sua família”.

E classificou as acusações contra si e contra a sua família como "torpes": "Eu não tenho de pedir autorização a ninguém para trocar um diretor da Polícia Federal ou qualquer outro".

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