Os tripulantes do navio MSC Fantasia, que está atracado na capital desde o dia 22 de março, esperam abandonar Lisboa amanhã com destino a Itália. A informação foi avançada ao i por um dos tripulantes do navio, mas não foi confirmada pelo Ministério da Administração Interna, que disse não ter ainda qualquer informação sobre a data exata em que o cruzeiro vai abandonar o Porto de Lisboa.
No interior do navio estão cerca de 300 tripulantes que aguardam repatriamento para os respetivos países. Há cerca de quinze dias que estão confinados aos camarotes, sem poder sair. Um deles, Bruno Giovos, argentino, espera por um voo de repatriamento, mas nunca conseguiu uma resposta concreta da embaixada da Argentina, que sempre disse que a responsabilidade é da empresa para a qual trabalha. Agora, com a deslocação para Itália, acha que tem “mais probabilidades” de regressar ao seu país. “Lá, os voos de repatriamento para a Argentina já começaram”, acrescentou. No total, há oito tripulantes argentinos.
A bordo do navio seguiam, além da tripulação, 1338 passageiros que foram todos repatriados. O último grupo de passageiros, composto por nove cidadãos argentinos, saiu de Portugal No dia 2 de abril. Questionado sobre o facto de os passageiros terem conseguido voo e os tripulantes argentinos não, Bruno Giovos referiu que os nove passageiros “foram para o México e ficaram lá 20 dias, a pagar hotel, enquanto esperavam pelo voo”.
Também no início do mês, o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, avisou em entrevista à Renascença que o prazo para decidir se os tripulantes eram retirados ou se o navio abandonava o porto de Lisboa era curto. “Estamos numa fase final, em que vamos dar um prazo curto à empresa, para decidir se retira de ‘charter’ ainda mais tripulantes ou se o barco sai de onde está, tendo já, aliás, sido interrompida a missão de vigilância que ali estava montada”, disse Eduardo Cabrita no dia 6 de abril.
Mais de vinte dias depois, os tripulantes ainda esperam por uma resposta, já que muitos países cancelaram os voos comerciais, permitindo apenas voos de repatriamento. Bruno Giovos refere que “nunca falam de Portugal” quando o tema é voos de repatriamento para a Argentina, daí a intenção de irem para Itália.