A ministra da Saúde, Marta Temido, garantiu uma total transparência nos contratos por ajuste direto, celebrados durante a pandemia de covid-19.
A ministra visitava o Hospital da Prelada, no Porto, quando foi questionada sobre a compra de material de proteção a 17 empresas, por ajuste direto e sem contrato, no valor de quase 80 milhões de euros, informação noticiada esta terça-feira pelo Correio da Manhã.
“Não tenho comigo a informação exata sobre os valores dos contratos”, começou por dizer Marta Temido. “Vamos ver exatamente do que estamos a falar, eu neste momento não tenho informação que me permita responder com rigor”, acrescentou.
A governante sublinhou que durante “este período de luta contra a pandemia houve a definição de um regime excecional e transitório, na medida do estritamente necessário, para garantir a aquisição de material de proteção individual e alguns outros equipamentos para a satisfação das necessidades essenciais das portuguesas e dos portugueses”.
Questionada sobre a não publicação dos contratos no Portal Base, Marta Temido assegurou que isso vai acontecer “até ao final desta semana”.
“Ainda não foi possível colocá-los a todos. Essa é uma regra que nós nos autoimpusemos, apesar de ser um regime excecional. Vão figurar e não há aqui nenhum motivo para não sermos totalmente transparentes naquilo que comprámos, a quem comprámos e como comprámos”, acrescentou.
Recorde-se que o Correio da Manhã avançou que o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, terá pedido ao presidente da Câmara de Viseu para “potenciar” a empresa de um alegado ex-sócio, contratualizando com esta a realização dos testes de diagnóstico ao Covid-19 naquela região.
Questionada diretamente sobre a questão do colega de Executivo, Marta Temido não quis comentar, alegando desconhecer a situação, mas deixou a garantia: “Se houver nestes procedimentos algo que seja auditável, mais tarde as instâncias fá-lo-ão”.