Com boa parte do mundo confinado em casa durante tempo indeterminado, há pouco por onde escolher para passar os dias. Ler, escrever um diário, pintar ou simplesmente aproveitar o prazer do ócio são hipóteses. Alguns escolhem pegar nos comandos das suas consolas, ficar no computador ou telemóvel a teclar, clicar e a fitar os seus ecrãs, entretendo-se durante horas a fio com videojogos. Este tipo de entretenimento está a experienciar um aumento exponencial durante a pandemia da covid-19: é o chamado surto do gaming.
E os dados comprovam-no. Segundo a empresa do ramo Activision Blizzard, aproximadamente 102 milhões de pessoas distraíram-se com jogos como o Call of Duty no primeiro trimestre deste ano: números apenas daqueles que jogaram online. A empresa também registou um grande progresso noutros jogos: no Overwatch, World of Warcraft e na Candy Crush.
Já a Electronic Arts viu um fluxo dos seus jogadores dedicarem-se aos jogos desportivos online: basquetebol, futebol, basebol e futebol-americano.
Um relatório da Futuresource Consulting diz que o gaming vai ser “a estrela ascendente da indústria do entretenimento”, prevendo um crescimento no setor dos 31% do ano passado, para os 36% em 2023.
“Depois de um ano recorde em 2019, com o software de gaming a gerar 143 mil milhões de dólares em despesa de consumo, a indústria coloca-se agora numa posição de ainda maior crescimento, com públicos cativos em todo o mundo a atuar como catalisador”, lê-se no respetivo relatório.
Mas nem tudo são boas notícias: para o consumidor, neste caso. “Estão a jogar tanto que [acabam por] estar a desgastar os seus dispositivos”, disse à AFP o analista Ted Pollack, da empresa Jon Peddie Research.