A ideia é só eles falarem. E por maior que seja o disparate, não deixar haver qualquer contraditório. Noutros tempos, as força mais reacionárias pediam contraditórios, agora querem evitá-lo.
Assim se percebe e mudança de posições.
Vem isto a propósito de o único deputado do tal Basta! querer, calar o futebolista Quaresma – quando este saiu a defender o seu povo, os ciganos, contra palavras disparatadas do outro, que contrariando praticamente todas as constituições do mundo (e portanto mostrando bem não estar preparado para qualquer cargo político), pretendia legislação em função da raça.
Não vi em directo a declaração do deputado, nem o contraditório de Quaresma. Mas estava há dias a ver o Governo Sombra na SIC, quando eles puseram isso para se ver. E todos à uma, mesmo os mais à direita, como o assessor presidencial Pedro Mexia, e o comentador jornalístico João Miguel Tavares (que afiança não ser da família do outro Tavares que assina também no Público, o Rui), pareceu-me acharem que Quaresma tem razão.
Acharam também sem razão a posição do CDS, e mais concretamente do seu isolado eurodeputado Nuno Melo, quanto à prestação do Rui Tavares na Telescola. Como já tinha sido afirmado pelo próprio Rui Tavares, tratou-se apenas de um programa de história dele, uma parte do qual foi escolhida por um professor da Telescola, para a sua classe. Uma lição séria, que poderia ser dada por um historiadormais à direita como Rui Ramos. Ainda assim, Nuno Melo quer que se calem os professores que ele tem por heterodoxos, e talvez apenas esses, na Telescola. Todos muito democratas, desde que não sejam obrigados a ouvirem o mais levecontraditório.
Pedro d'Anunciação