De acordo com os dados partilhados pelas autoridades de saúde, existem 27.679 casos confirmados de covid-19, mais 98 do que no dia de ontem. Do total de pessoas infetadas, 805 estão em internamento, das quais 112 em Unidades de Cuidados Intensivos. 83.7% dos infetados estão em tratamento domiciliar. Registam-se por outro lado 2.549 casos de recuperação,
Já morreram 1.144 pessoas vítimas da covid-19, mais nove do que as registadas no domingo. A taxa de letalidade global é de 4.1% e a taxa de letalidade em pessoas acima de 70 anos é de 15.2%
Desde o dia 1 de março, foram feitos cerca de 547 mil testes de despiste à covid-19 no país. Entre o dia 1 a 10 de maio foram feitos mais testes do que em todo o mes de março. Em maio, a média diária é de 13.100 testes ao novo coronavírus, o que mostra um aumento na testagem em Portugal. "Quanto mais testamos mais sabemos sobre a realidade epidemiológica do país", aponta António Sales.
Em relação à chegada de novo equipamento, o secretário de Estado da Saúde afirma que é esperado que cheguem 2 milhões de máscaras cirúrgicas a Portugal 1.7 milhões de respiradores FFP2 e FFP3. A taxa de ocupação das Unidades de Cuidados Intensivos encontra-se "estável", sendo de 53% nas unidades de adultos, afirma António Sales.
Durante a conferencia, Graça Freitas voltou a lançar um apelo aos cuidadores, educadores e pais para que vacinem as crianças, de modo a que sejam evitadas outras doenças infecciosas.
Sobre o impacto das medidas de desconfinamento, António Sales diz que "ainda é cedo para balanços. Questionado ainda sobre se o SNS está preparado para um aumento significativo de casos, o secretário de Estado diz olhar "para o futuro com confiança sobre a capacidade do SNS poder responder à covid e a outras patologias. Tudo aponta para que o SNS possa vir a responder de uma forma satisfatória, como tem acontecido".
A questão do regresso aos treinos por parte dos jogadores de futebol também foi abordada. António Sales diz que está a ser feito um trabalho muito próximo entre a Federação Portuguesa de Futebol e DGS. "Ontem finalizámos um parecer técnico onde estão estipuladas as nossas maiores preocupações. Esta retoma de atividade tem de ser muito baseada na testagem, no isolamento, prevenção e no tratamento, que cabe à saúde, e à FPF compete operaconalizar. Os níveis de responsabilidade estão muito bem definidos", afirma.
Sobre os jogadores serem responsáveis pela sua saúde, Graça Freitas afirma que um indíviduo não é nunca o único responsável por todo o processo. "Em qualquer processo em que o risco não é zero, tem de haver responsabilização dos intervenientes. Tem de existir um código aceite pelas partes envolvidos, como quando vamos fazer uma cirurgia somos obrigados a assinar uma declaração. Somos informados dos riscos do procedimento mas isso não quer dizer que estejamos a desresponsabilizar os restantes que estão envolvidos no procedimento", afirma a diretora-geral da Saúde.
Questionada se existem sequelas em doentes que foram infetados com covid-19 mas conseguiram vencer a doença, Graça Freitas afirma que a curto prazo já se podem verificar alguns casos, em outros países, mas aponta que em Portugal está situação terá de ser analisada e terão de ser realizados vários estudos. "São situações que se verificam depois da fase aguda", aponta a diretora-geral da Saúde. Graça Freitas afirma que vão ser realizados vários protocolos para garantir o acompanhamento de doentes que foram infetados com covid-19. "Muitos serão acompanhados pelos seus médicos de família", afirma. Sobre se a morte de 33 crianças com menos de 7 dias de vida, entre janeiro e maio, pode ser uma uma das consequências do aparecimento de covid-19, Graça Freitas afirma que apenas foi reportado um caso em Portugal de uma criança, que apresentava sinomas compatíveis com a síndrome de Kawasaki. A criança "está a evoluir bem apesar do seu estado inspirar cuidados", afirma.
A preocupação da população acerca da reabertura das creches foi outra das questões abordada. Graça Freitas afirma que "é impossível impor regras de comportamento" às crianças e que estes locais são sítios para "brincar". Mas aponta que existem algumas medidas que devem ser adotadas pelos educadores: "Desdobrar turmas e evitar que se juntem tantos na mesma sala. Podem descalçar-se fora da sala e dormir e comer afastados. Vamos minimizar contacto entre meninos".
"Nós os adultos não podemos impedir o mundo dos meninos mas dar aos meninos a maior segurança possível", aponta. "Os meninos não podem utilizar uma máscara, mas para isso os adultos devem utilizá-la sempre, afirma ainda a diretora-geral da Saúde.
Sobre o R0 – o valor de número médio de contágios causados por cada pessoa infectada – Graça Freitas afirma que este é "calculado com muita frequência e diz respeito aos cinco dias anteriores". Neste momento, a região de Lisboa e Vale do Tejo tem maior RT, "mas com tendência decrescente", afirma.