Vários países estão a apostar nesta estratégia. O Reino Unido investiu vários milhares de euros numa pesquisa para descobrir se os cães conseguem detetar a infeção do coronavírus e a Finlândia já está a treinar com sucesso animais para o fazer. Os EUA também já estão a levar a cabo vários ensaios com o faro canino. Em Portugal, há cães capazes de descobrir presença de vários tipos de cancro.
Investigadores das faculdades de medicina e de veterinária da Universidade de Helsínquia, na Finlândia, uniram esforços para acelerar o processo de identificação de doentes de covid-19, recorrendo ao faro dos cães.
Os primeiros animais já foram treinados e conseguiram diferenciar as amostras de urina de doentes com covid-19 de outras de indivíduos saudáveis.
"Temos uma sólida experiência em treinar cães de deteção de odor relacionados a doenças. Foi fantástico ver a rapidez com que os cães adotaram o novo cheiro", disse a investigadora e coordenadora do DogRiskgroup, Anna Hielm-Björkman.
Com base nos testes preliminares, os cães são capazes de aprender e trabalhar rapidamente e até se saem melhor do que os atuais testes, baseados em técnicas moleculares, à covid-19.
No entanto, há ainda um longo caminho a percorrer até se passar à prática. É preciso avaliar durante quanto tempo se mantêm as alterações de odor, causadas pela infeção do coronavírus, nas amostras de um paciente infetado e alargar o número de amostras a que se expõem os animais.
Para os investigadores de Helsínquia, estes cães detetores de covid-19 podem trazer grandes benefícios em várias situações, nomeadamente para identificar casos positivos em lares ou entre profissionais de saúde, evitando assim quarentenas desnecessárias.
Outro dos exemplos apontados para o recurso ao faro especializado é o da verificação personalizada nos aeroportos e pontos de fronteira entre países.
O Reino Unido também parece estar entusiasmado com a ideia de treinar cães para identificarem focos de contágio.
O Governo britânico anunciou que vai investir mais de meio milhão de euros numa pesquisa para descobrir se os cães conseguem detetar doentes com covid-19 antes mesmo do aparecimento de sintomas.
Seis cães estão já a ser treinados e poderão vir a ser uma forma mais rápida e menos invasiva de detetar o vírus, que tem sido tão letal neste país, o segundo com mais mortes e o quinto com mais infetados no mundo.
A investigação inglesa será conduzida por três instituições britânicas, uma tem sucesso comprovado no treino de cães que detetam certos tipos de cancro, a doença de Parkinson e a malária.
Nos EUA, a Universidade da Pensilvânia também já iniciou um programa de treino de oito cães para identificarem portadores do vírus.
Em Portugal, não foi divulgado ainda nenhum treino específico para os cães detetarem a doença em específico, mas há animais em território nacional capazes de identificarem a presença de vários tipos de cancro, como o dos ovários, através de amostras biológicas de pacientes.