O crédito concedido pelas farmácias aos portugueses atingiu um valor recorde de 76 milhões de euros, em resultado da pandemia da covid-19, segundo um comunicado da Associação Nacional de Farmácias.
Cada farmácia, em média, adianta medicamentos sem custos a 163 portugueses, o que permite estimar entre 450 mil e 500 mil portugueses beneficiários de créditos na rede portuguesa.
A estimativa é da Adjustt, equipa de consultoria da Glintt, com base na contabilidade real de uma amostra de 625 farmácias de todos os distritos do continente e ilhas.
Em março, as farmácias reforçaram em 7,8 milhões de euros as dispensas de medicamentos a crédito em relação ao mês anterior. “Durante a pandemia, as farmácias assumiram o objetivo de garantir o acesso a medicamentos e produtos de saúde a todos os portugueses, em condições de igualdade em qualquer ponto do território”, adianta Paulo Cleto Duarte, presidente da Associação Nacional das Farmácias.
“A nossa rede atravessa uma crise, com 26% das farmácias a enfrentarem processos de insolvência e penhora, mas continua a confiar nos portugueses e a merecer a sua confiança”, acrescenta.
A ANF revela que cada farmácia, em média, acumula 26.323 euros de créditos à comunidade que serve. “Felizmente, o Estado já não acumula dívidas como há dez anos, o que permite concentrar o nosso esforço de liquidez nos portugueses com necessidades reais, que as farmácias conhecem bem”, afirma o responsável.
Cada farmácia assumiu, em março, o risco de adiantar 1.027 euros de comparticipações a doentes sem receita médica, para evitar a interrupção do tratamento dos doentes crónicos. “Isso só foi possível graças ao bom entendimento das Ordens dos Médicos e dos Farmacêuticos, que chegaram a um consenso para a renovação da dispensa na farmácia, por dois meses, com respeito pela última prescrição médica e com a devida comparticipação”, sublinha ainda Paulo Cleto Duarte.