Pandemia. Passo a passo, a Europa desconfina-se

Itália e Espanha, países altamente afetados pelo coronavírus, relaxaram as medidas de distanciamento social esta semana.

Num continente que há dois meses era o epicentro da pandemia do coronavírus, os países estão gradualmente a relaxar as medidas de distanciamento social – os mais afetados na Europa, Espanha e Itália, fizeram-no esta semana.

Em Itália, a reabertura até poderá incluir turistas. O primeiro-ministro, Guiseppe Conte, anunciou no sábado que irá permitir a entrada de visitantes europeus.

“Estamos a enfrentar um risco calculado, sabendo que a curva de contágio poderá voltar a subir”, disse Conte. “Temos de aceitar isto, ou então nunca vamos conseguir recomeçar”.

Na esperança de estimular a economia italiana, lojas, salões de beleza, bares e restaurantes poderão reabrir na segunda-feira, mas as empresas devem observar regras rígidas de higiene e manter as pessoas a um metro de distância.

Em Espanha, mais de dois terços da população – com exceção para Madrid e Barcelona, e não só – pode ir fazer compras em pequenos estabelecimentos comerciais sem marcação prévia. Também poderá haver ajuntamentos de até 10 pessoas e já é permitido comer e beber nas esplanadas de cafés e restaurantes, com os estabelecimentos a operar apenas a 50% da sua capacidade. Ainda assim, o Governo de Pedro Sánchez quer estender o estado de de alarme, que termina dia 24 de maio, por mais um mês.

Bélgica antecipa O Governo belga anunciou o desconfinamento gradual em abril e já desde dia 11 de maio que as lojas puderam reabrir. No entanto, só pode haver um cliente por cada 10 metros quadrados e só se pode permanecer no interior por um período máximo de 30 minutos.

Também a partir da mesma data e antecipando a medida (a suavização era apenas para acontecer no dia 18), cada casa poderá receber até quatro visitantes, desde que seja sempre o mesmo grupo, e mantendo a distância física necessária: recomenda-se ainda que se receba os visitantes fora de casa.

Berlim aplicou as medidas de suavização a partir do dia 11 de maio, “com um otimismo cauteloso”, como referiu a chanceler, Angela Merkel. As lojas reabriram, mas os clientes têm de utilizar máscara e manter uma distância de 1,5 metros entre si. As escolas vão abrir por fases, mas a maior parte das universidades vai manter a aprendizagem à distância.

As medidas dependem de estado para estado, mas na maior parte da Alemanha também foram retomados os serviços religiosos. Tal como os protestos: na maior parte do país já é permitido participar em manifestações, desde que se mantenha a distância física e que o ajuntamento se limite a 50 pessoas. Os idosos nos lares também voltaram a poder receber visitantes, desde que não exista nenhum caso de covid-19 no lar em que se encontram e que o visitante seja maior de 16 anos. Já a Bundesliga, liga profissional de futebol alemão, voltou esta semana.

França dividida Em França é obrigatório usar máscara nos transportes públicos. As lojas e centros de lazer reabriram, mas as praias, cafés, centros comerciais em Paris e restaurantes permanecem encerrados. O país foi dividido em zonas verdes, onde o surto de contágios por covid-19 não foi tão alto, e zonas vermelhas para os lugares que ainda sofrem de um grande número de infeções. Na Holanda já se pode ir à biblioteca e algumas escolas reabriram – além dos cabeleireiros. Na Suíça também reabriu parte das escolas, além de alguns museus e restaurantes.