A empresária Isabel dos Santos pretende recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos para contestar a decisão de arresto de bens pela justiça portuguesa, tomada com base no processo da Procuradoria-Geral da República de Angola.
"Devido aos tratados existentes entre os dois países, e aos laços históricos, o tribunal português aceitou a decisão angolana que se baseou em provas falsas”, disse, esta sexta-feira, um dos advogados da empresária angolana à agência Lusa.
“Isabel [dos Santos] e a lei portuguesa não têm capacidade de mudar [a ação], por isso [a empresária] vai contestá-la no Tribunal Europeu", acrescentou Dan Morrison.
Sublinhe-se que já ontem tinha havido novidades sobre o caso do arresto de bens de Isabel dos Santos, com o Dinheiro Vivo a avançar que a Interpol estaria a investigar agentes angolanos, com ligações aquela autoridade, por alegada corrupção no processo contra a empresária.
Na base está um documento que a defesa de Isabel dos Santos alega ter sido falsificado, documento esse que terá sido usado para justificar a decisão do arresto de bens, já que a a justiça angolana alegava que a empresária estaria a tentar desfazer-se das suas participações.
A denúncia à Interpol, enviada há uns dias para a sede francesa da autoridade policial internacional, foi feita através de um escritório de advogados britânico em nome da empresária e fazia referência a uma alegada contratação de "oficiais da Interpol" por um empresário dos Emirados Árabes Unidos "no sentido de efetuarem um levantamento da situação da Unitel", naquilo que podia ser uma possível compra da participação da empresária naquela empresa, adiantou a mesma publicação.