Começaram por se apropriar da crítica de arte nos grandes meios de comunicação. E agora já não querem apenas que o seu gosto seja considerado, e posto a par dos restantes. Querem mesmo impô-lo.
É o que se depreende de uma reportagem de um diário, há dias, de quando um artista ao queixava por o gosto dominante do público não coincidir com o seu próprio gosto, que qualificava de ‘criatividade’ e de ‘lufada de ar fresco’. Portanto, longe vão os tempos em que não se trabalhava para o gosto maioritário. Agora quer-se impor não sei como um gosto à maioria.
Eu só entendo que se deixem todos os gostos a par, e que o público consumidor possa ter o seu próprio gosto, assim como os artistas. Gostaria que todos os gostos fossem igualmente aceites. Porque já se viu haver trabalhos para todos (ou quase) os gostos. Sinto-me nisto um enorme democrata, no melhor sentido do termo (que é igual respeito por maiorias e minorias), porque não acho ter o gosto nem de certos artistas (provavelmente, alguns dos menos pacientes com o gosto do público-consumidor), nem do público consumidor
Pedro d'Anunciação