A vereadora da Educação da Câmara de Arcos de Valdevez veio esclarecer que os chapéus com hélices, “sugestão amiga de afastamento”, oferecidos às crianças do município não são afinal para usar na escola.
Os chapéus foram montados pelos próprios alunos numa iniciativa chamada "estamos de volta". Cada hélice tem 1,20 metros e funciona "como uma sugestão amiga de afastamento", lia-se num post publicado pela autarquia nas redes sociais.
A ideia revelou-se controversa e a câmara quis esclarecer o assunto, especificando que o objetivo não é o distanciamento das crianças entre si, mas entre as pessoas no geral.
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"O chapéu com hélices não é para usar na escola. Foi levado para casa, até para explicarem aos pais, tal como já aconteceu com outras temáticas como a reciclagem, a separação do lixo e ou a poupança da água, o porquê do afastamento social", afirmou a vereadora da Educação da Câmara de Arcos de Valdevez, Emília Cerdeira, à agência Lusa.
"De uma forma divertida, lúdica e didática, as crianças perceberam que, num momento em que o desconfinamento está a acontecer, o distanciamento social tem de continuar a existir. Não entre eles, nem pouco mais ou menos, mas entre as pessoas. Perceberem porque não podem visitar e dar um abraço aos avós, se não coabitarem diariamente com eles, por que razão, na rua, as pessoas que estão nas filas, têm de estar a uma distância segura", acrescentou.
Para Emília Cerdeira, ao construírem os seus próprios chapéus, com a ajuda das educadoras, as crianças perceberam, de uma forma visual, qual é a distância segura a que devem estar as pessoas umas das outras". E sublinhou: "todos os anos as crianças levam para casa uma recordação do Dia Mundial da Crianças, oferecida pela câmara e, este ano, não foi exceção".
Emília Cerdeira explicou ainda que "a ação foi desenvolvida pelo Exploratório de Coimbra, um clube de ciência viva que é também responsável pelos conteúdos das nossas oficinais de criatividade Himalaia, e que no caso pretendeu assinalar o Dia Mundial da Criança que, este ano, coincidiu com o regresso das crianças à escola".
Confrontada com as críticas de que a iniciativa foi alvo, a vereadora admitiu que inicialmente não as percebeu, mas que depois “fazendo uma leitura mais profunda” chegou à conclusão de que poderá ter havido um erro de interpretação.
“Acho que as pessoas ficaram com a sensação de que as crianças tiveram de usar o chapéu todo o dia, porque há fotografias dentro da sala de aula, com os chapéus. Isso não aconteceu", fez questão de referir.
A ideia também já tinha sido aplicada em escolas na China e por alguns cafés de cidades europeias como Schwerin, na Alemanha, para os clientes usarem nas esplanadas.