Em princípio, quer pelas necessidades egoístas do País, quer pela nossa generosidade natural, o normal seria sermos o mais tolerantes possível na reatribuição de nacionalidade aos judeus sefarditas, descendentes dos expulsos de Portugal há séculos.
Há, no entanto, alguns problemas que se levantam. Primeiro que tudo, se resolvermos encarar a história e os factos de outras épocas à luz das convenções actuais, muita coisa mais, e provavelmente antes, haveria que mudar. Depois, sendo a nacionalidade portuguesa também europeia, haveria que combinar tudo com Bruxelas. Finalmente, não conheço pormenores na nova legislação proposta pelo PS: mas estando esse partido no Poder, é de admitir que todos os outros partidos com vocação de Poder, em situação semelhante, fariam isto parecido.
De resto, tenho o maior respeito pelas pessoas que defenderam neste aspecto, que parece suscitar grandes paixões, posições opostas. Mas só pretendia agora frisar aqueles aspectos.
E é bom todos perceberem que a generosidade do Estado, neste como noutros casos, será sempre a generosidade de todos os portugueses, em especial, de todos os contribuintes nacionais, e não só.