Depois de os números diários relacionados com o novo coronavírus se terem mostrado mais animadores, o secretário de Estado da Saúde, António Sales sublinhou, durante o balanço diário das autoridades de saúde, que apesar de existirem menos casos do que no domingo "a experiência mostra que à segunda-feira regista-se uma certa sub-notificação de casos devido ao fim de semana", logo é esperado que os números dos próximos dias "se mantenham na ordem de grandeza dos dias anteriores" e "espera-se que leve ainda algum tempo até que comece a haver um decréscimo significativo", logo, o governante pediu "cautela" por parte da população.
António Sales aponta que a maior preocupação das autoridades de saúde neste momento é a região de Lisboa e Vale do Tejo, que representa cerca de 78% dos novos casos diários em Portugal, especialmente Loures, Odivelas, Amadora, Sintra e Lisboa, onde existem o maior número de casos diários dos últimos dias. António Sales afirma que além de identificar novos casos, outra das grandes preocupações das autoridades de saúde é identificar as cadeias de transmissão ativas.
Sobre o Bombarral, onde foi detetado um surto numa fruteira, Lacerda Sales explicou que das 274 amostras recolhidas, apenas 20 deram positivo, logo a empresa vai continuar a funcionar. "Ontem mesmo a autoridade regional de saúde deslocou-se a essa central fruteira, foi feita a respetiva vistoria e foi decidido que se mantinha a laboral com as condições de segurança exigidas".
Com os três feriados desta semana, os jornalistas questionaram António Sales sobre se existe alguma preocupação com o ajuntamento de pessoas nestes dias e se serão realizadas ações de sensibilização por parte das autoridades de saúde sobre a propagação do novo coronavírus. O secretário da Saúde afirmou que as autoridades de saúde não podem "impedir a mobilização das pessoas e que apelam apenas "à sensibilidade e ao sentido cívico das pessoas". O governante frisou que o objetivo não é impedir a mobilidade das pessoas nos feriados que se aproximam mas sim que esta seja feita "com organização, sentido de responsabilidade e com sentido cívico, como aliás tem sido sempre feito".
Questionada sobre qual é o procedimento a seguir caso exista um caso de covid-19 positivo numa escola ou numa creche, Graça Freitas afirma que numa escola toda a turma irá para casa, com ou sem sintomas, e todos irão cumprir o período de isolamento obrigatório durante 14 dias. No que toca às creches, identificam-se casos isolados e apesar de as crianças não serem submetidos a testes de rastreio, todas são colocados em isolamento. "Em crianças mais crescidas vai a turma toda para casa em isolamento e mais alguns contactos que possam existir, sendo feitos testes a todos; nas crianças muito pequenas, das creches, estes não são testados, a não ser que desenvolvam sintomas, mas também ficam em isolamento 14 dias", explicou a diretora-geral da Saúde. Até à data, a abertura dos estabelecimentos de ensino tem sido "pacífica do ponto de vista de casos". "Identificam-se casos isolados, atua-se em conformidade e não se têm verificado cadeias de transmissão", afirmou.
Sobre a ingestão de detergentes para combater a covid-19, algo que está a acontecer e a ser reportado nos Estados Unido Graça Freitas disse que em Portugal "não há nenhum reporte" de qualquer situação na matéria. "A ter acontecido, são situações acidentais, mas nada que nos tenha sido reportado", afirmou.