Depois de ter anunciado que as pessoas assintomáticas raramente são fontes de contágio do novo coronavírus, esta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde voltou atrás e afirmou que "há muita coisa que ainda é desconhecida sobre os casos assintomáticos".
A responsável da organização, Maria Van Kerkhove, a mesma que fez a primeira afirmação, alvo de crítica por parte de muitos estudiosos, diz que apesar de a sua afirmação, feita esta segunda-feira, poder ser considerada um "mal-entendido" visto ser baseada em "dois ou três estudos", Van Kerkhove volta a defender que a “transmissão assintomática é rara em todo o mundo”.
“Temos vários relatórios de países que estão a fazer um rastreamento de contactos muito detalhado. Estão a seguir casos assintomáticos, a seguir contactos, e não encontram transmissão secundária. É muito raro e muito disto não está publicado na literatura “, disse a norte-americana, esta segunda-feira. Van Kerkhove explicou que a covid-19 “passa de um indivíduo através de gotículas infecciosas" e afirma que deve ser prioritário seguir "todos os casos sintomáticos", isolá-los, seguir os seus contactos e colocá-los em quarentena. Caso este padrão fosse seguido, "reduziríamos drasticamente a doença”, disse a líder da organização.
No entanto, Van Kerkhove destaca que é importante que os governantes não olhem para estes dados como uma oportunidade para poder levantar as medidas de confinamento mais rápido, uma situação que aconteceu no Brasil, por parte de Jair Bolsonaro, que tem mostrado ao longo dos meses que desvaloriza o perigo da covid-19 e aproveitou as declarações de Van Kerkhove para incentivar ao fim do período de isolamento.