A CDU organizou esta segunda-feira, dia 15 de junho, uma concentração de utentes do Centro de Saúde da Encosta do Sol, na Amadora, contra a "deplorável situação" do espaço, e reivindicou obras urgentes, prometidas entretanto pela câmara para "assim que possível".
A ação, promovida pela CDU da Brandoa/Alfornelos, contou com a presença da deputada comunista da Assembleia da República Alma Rivera, que explicou à Lusa, no local, a necessidade de "uma intervenção urgente de limpeza e colocação de novos médicos" e a necessidade de construir um centro de saúde com uma estrutura "que se mantenha e dê resposta às valências de que a população necessita".
Em declarações à Lusa, a presidente da Câmara da Amadora (distrito de Lisboa), a socialista Carla Tavares, explicou à Lusa que a autarquia assumiu o processo de transferência de competências do Governo em janeiro deste ano, mas encontra-se à espera da assinatura dos autos de transferência.
"Está prevista a intervenção. Ou seja, com os autos de transferência vamos assumir formalmente a competência, o que nos vai dar mandato para poder lançar a empreitada prevista de intervenção no centro de saúde, que já aguarda há muitos anos e em boa hora, com a passagem de competências para a câmara, vai ser possível", frisou Carla Tavares.
A autarca perspetiva a execução da obra "até ao final do ano", lembrando que "não se trata de uma obra tão complexa" quanto os centros de saúde da Buraca e da Reboleira.
Durante a manhã, a Lusa encontrou no local cerca de 15 manifestantes, mas, segundo o partido, chegaram a estar presentes 50 pessoas.
"Trata-se de uma ação de protesto pelas condições deploráveis a que chegou o centro de saúde. Há uma parte que é visível e outra parte não. Está a crescer à volta do edificado um autêntico mato, com toda a bicharada por acréscimo", explicou Alma Rivera.
A deputada deu também conta de "rachas enormes" no edifício, havendo já "zonas que estão vedadas pelo perigo que a estrutura hoje representa".
"Já existiam problemas graves, mas a falta de manutenção tem feito com que todos os problemas se tenham multiplicado, nomeadamente terem aparecido cobras e ratos na envolvência, pondo em causa o acesso à saúde e a salubridade das instalações", frisou.
Segundo Isabel Rosa, vereadora substituta comunista na Câmara da Amadora, a responsabilidade das obras no local é do município e da junta de freguesia. Outros centros de saúde do concelho já foram intervencionados, recordou, mas o da Encosta do Sol ainda espera por melhoramentos.
"Estamos aqui para chamar a atenção para as condições degradantes do espaço, para a incapacidade de resposta por parte de algumas entidades e para pressionar, no sentido de tratar convenientemente do edificado", acrescentou Isabel Rosa.
De acordo com a autarca, o mais recente levantamento dá conta de que existem na freguesia 18 mil utentes sem médico de família, "um problema transversal ao país".
"Há coisas que são relativamente simples [de fazer]. Temos de alertar para aquilo que são as coisas que se podem mais rapidamente resolver ou atenuar, quer para os utentes, quer para os trabalhadores que todos os dias estão aqui", salientou.
No local foi constituída uma comissão de utentes e aprovada uma moção que, depois de entregue à direção do centro de saúde, irá seguir para a presidente da Câmara da Amadora, o presidente da Assembleia Municipal da Amadora, o Presidente da República, o primeiro-ministro, a ministra da Saúde e os grupos parlamentares na Assembleia da República.
Na moção, os signatários, além de manifestarem o seu protesto contra a "deplorável situação" em que se encontram as instalações, exigem "de imediato" uma limpeza e obras necessárias para as "condições mínimas de prestação de cuidados de saúde à população".
Pede-se ainda que se inicie o processo da construção de um novo centro de saúde.