Filipinas. Criticada a condenação de jornalistas

“O registo de direitos humanos das Filipinas continua em queda livre”, criticou Nicholas Bequelin, diretor da Amnistia Internacional para a Ásia-Pacífico

Mão de ferro
Maria Ressa, antiga jornalista da CNN e fundadora do Rappler, um site filipino que tem exposto a brutalidade do Presidente Rodrigo Duterte, foi considerada culpada de difamação, na segunda-feira, arriscando até seis anos de prisão, junto com o seu ex-colega Reynaldo Santos. A decisão foi vista como um duro golpe na liberdade de imprensa nas Filipinas, governada por Duterte com mão de ferro. O Presidente é acusado de ordenar a execução extrajudicial de milhares de toxicodependentes e traficantes de droga, entre outros abusos.

Difamação? 
“Estamos à beira do precipício. Se cairmos, já não estamos numa democracia”, disse Ressa, julgada por um artigo sobre Wilfredo Keng, publicado em 2012, em que fontes nas secretas ligavam o empresário a tráfico humano e de droga. A mesma acusação surgira em 2002, no Philippine Star, mas foi retirada após Keng ameaçar com um processo legal.

“Queda livre”
“O registo de direitos humanos das Filipinas continua em queda livre”, criticou Nicholas Bequelin, diretor da Amnistia Internacional para a Ásia-Pacífico. Ainda no mês passado a ABS-CBN, crítica de Duterte, não viu a sua licença televisiva ser renovada.