Depois de o presidente regional da Ordem dos Médicos do Sul, Alexandre Valentim Lourenço, admitir, em entrevista ao Diário de Notícias, que o Algarve teria de ser 'fechado' caso houvesse “um surto de cem casos em Faro ou Portimão" – tendo em conta que a região não tem recursos humanos suficientes para lidar com uma situação como a que está a acontecer na Área Metropolitana de Lisboa – o bastonário da Ordem do Médicos, Miguel Guimarães, disse que a decisão acerca de uma cerca sanitária compete ao Governo e à Direção-Geral da Saúde (DGS), mas lembra que é preciso ter atenção à situação vivida na região.
Durante uma visita ao Hospital de São João, esta quinta-feira, Miguel Guimarães falou aos jornalistas e lembrou que "a pandemia está controlada mas não acabou". O bastonário vincou que a decisão quanto a uma cerca sanitária dependerá do número de novos casos e compete à diretora-geral da saúde, em coordenação com o Ministério da Saúde e com as autarquias tomá-la. Miguel Guimarães lembra, no entanto, que "o Algarve é muito importante no que diz respeito ao turismo”.
“A autoridade nacional da saúde tem se preocupar com o Algarve, que é a imagem do país lá fora e deverá ter mais turistas estrangeiros", disse, realçando que com o verão espera que a DGS esteja atenta aos riscos de contágio.
Do ponto de vista geral, e sem esquecer a possibilidade uma segunda vaga da pandemia no país, o bastonário diz que “não devemos facilitar”. “Temos de manter as medidas preconizadas pela Direção-Geral da Saúde", disse.
Recorde-se que nos últimos dias a preocupação aumentou sob a região do Algarve, depois de uma festa ilegal em Lagos originar um novo surto de covid-19.