Em plena crise política devido aos protestos contra a violência policial e o racismo, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, perde terreno nas sondagens para o seu rival, Joe Biden. Uma nova sondagem da Reuters dá ao ex-vice-presidente uma vantagem de 13%, uma das maiores registadas este ano.
Entre 10 e 16 de junho, 48% dos eleitores registados disseram que iam votar em Biden nas eleições de 3 de novembro, enquanto 35% afirmaram que iam apoiar Trump. Apenas uma sondagem da CNN do início deste mês demonstra uma vantagem maior de Biden sobre o chefe da Casa Branca: 14%.
O inquérito também mostra que 57% dos adultos norte-americanos desaprovam a performance de Trump como Presidente, enquanto apenas 38% aprovam. É a taxa de aprovação mais baixa do chefe da Casa Branca desde novembro, quando o Congresso realizava o inquérito para a sua destituição.
No que toca à gestão pelo Presidente da pandemia do novo coronavírus, num país em que morreram mais de 116 mil pessoas, 55% dos norte-americanos desaprovam – ao contrário, 40% dão nota positiva a Trump. É a menor taxa de desaprovação desde que a Reuters começou a fazer esta pergunta nos seus inquéritos, no início de março.
Mais preocupante para o chefe da Casa Branca é a aparente erosão do apoio da sua própria base eleitoral: entre republicanos, Trump perdeu 13% do apoio. Outro sinal para a queda no apoio a Trump pode estar nos protestos depois da morte de George Floyd às mãos da polícia, enquanto Donald Trump ameaçou destacar os militares para controlar os manifestantes.
Relembrando o que se passou em 2016, quando todos os inquéritos previam a derrota de Trump nas eleições, muitos acreditam que as sondagens estão a dar uma vantagem exagerada a Biden. Embora apresentem dados próximos da realidade, continua a existir a margem de erro, além de terem sido realizados poucos inquéritos a nível estatal.
“Diria que quase todas, senão todas, as preocupações que expressámos na altura ainda são válidas – algumas, menos”, disse Courtney Kennedy, diretora de investigação do Pew Research Center. “Mas acho que alguns dos desafios estruturais que surgiram em 2016 ainda se mantêm em 2020”. Um desses desafios é conseguir prever o sentido de voto dos cidadãos brancos sem escolaridade superior nos chamadas swing states – estados que podem alterar o rumo das eleições presidenciais.