«A Web Summit vai decorrer em Lisboa este ano». Foi com estas palavras, escritas no Twitter, que Paddy Cosgrave, fundador e presidente da Web Summit, confirmou a realização da edição deste ano da maior conferência de tecnologia da Europa. O evento vai manter-se até nas datas previamente anunciadas, de 2 a 5 de novembro, com a presença física dos participantes, oradores e demais staff nas instalações da na FIL e da Altice Arena, no Parque das Nações, em Lisboa.
Cosgrove, que ainda não avançou muito mais informações sobre os moldes em que o evento será montado, afirmou depois que a «Web Summit vai aderir aos mais rigorosos protocolos de saúde, conforme orientação do Governo de Portugal». Ao Observador, fonte da Câmara Municipal de Lisboa informou que iria ser emitido esta semana um comunicado de imprensa sobre a confirmação dada por Paddy Cosgrove no Twitter. O documento, que seria assinado pelo Governo, a Web Summit e pela autarquia lisboeta, o triângulo que assinou o protocolo de permanência do certame em Lisboa até 2028, não tinha, contudo, sido divulgado até à hora de fecho desta edição.
O evento recebeu cerca de 70 mil participantes no ano passado, oriundos de 163 países. Em 2018, os números foram similares, mas a organização tem como meta aumentar o número de participantes até 2028.
Durante o estado de emergência, Cosgrove chegou a aventar que a Web Summit se poderia realizar integralmente online – sendo este o formato que vai ser adotado para o Collision, o evento espelho da Web Summit, inicialmente marcado para Toronto, no Canadá, no final deste mês. «Considerando a evolução da covid-19, pensámos que seria irresponsável juntar milhares de pessoas de quase todos os países do mundo num só local. Toronto ainda não foi significativamente afetada pela covid-19, mas na Collision queremos assegurar-nos que assim continua», afirmou Cosgrove no início de março, citado pelo Dinheiro Vivo. E assim será: o Collision passou a chamar-se Collision from Home e vai decorrer integralmente online já na próxima semana, entre 23 e 25 de junho.
Futebol, tecnologia e festivais
A realização da Web Summit – anunciada um dia antes da confirmação da final da Liga dos Campeões em Portugal – em Lisboa será, até ver, o segundo grande evento internacional realizado no país.
Enquanto há acontecimentos desta dimensão a tornarem-se uma realidade, outros – como o caso dos festivais e de uma multiplicidade de concertos – foram cancelados. Os festivais foram proibidos até ao dia 30 de setembro, pelo que os grandes promotores resolveram adiar todas as datas para o próximo ano.
O SOL questionou o CENA-STE sobre a opção de trazer para o país estes dois eventos enquanto os profissionais das artes lidam com o cancelamento de festivais, récitas e concertos. «Defendemos que tudo deve voltar à normalidade, para que todos possam retomar os seus postos de trabalho», assumiu o sindicato ao SOL, sublinhando que, por princípio, não tomam «posição sobre assuntos/medidas que não sejam do nosso setor». «Em certos festivais, que tenham lugares marcados, bem como as demais condições asseguradas, o distanciamento também será possível e portanto é realizável», notam. Afirmando que cabe em qualquer dos casos à DGS definir e pronunciar-se sobre as regras, o CENA-STE lembra que a sua é «preocupação é salvaguardar que os trabalhadores do setor que, por norma, garantem a produção e/ou a transmissão audiovisual destes eventos, tenham todas as condições de segurança e proteção para levar a cabo o seu trabalho».