O ex-inspetor da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral, que investigou o desaparecimento de Madeleine McCann, em 2007, considerou que Christian Brueckner, o mais recente suspeito do caso, é "um bode expiatório" e voltou a deixar claro que não acredita que a criança tenha sido raptada.
“Pouca importa quem é o pedófilo. O que temos vindo a assistir ao longo dos anos é que vão aparecendo pedófilos, é necessário uma figura que pelo perfil, pela proximidade, que encaixe para levar com as culpas", disse Gonçalo Amaral, durante uma entrevista no Jornal das 8, da TVI.
O antigo inspetor da PJ afirmou ainda que já antecipava que fosse apontado um suspeito alemão no caso, tendo em conta a movimentação que aconteceu na zona e os alemães envolvidos. "Portanto, desta vez iria ser um suspeito alemão", disse, realçando ainda que Christian Brueckner é o suspeito "quase perfeito”.
“Não vale a pena se é o A, o B ou C. Se este não der, há-de vir outro (…) [Brueckner] um suspeito quase perfeito, só lhe falta uma coisa para ser perfeito, que é estar morto", declarou.
Gonçalo Amaral disse ainda que a teoria de rapto é aquela “sobre a qual menos indícios existem" e deixa claro que não acredita na mesma, voltando a falar sobre a responsabilidade dos pais no caso.
"Existe o indício de que alguém viu a criança ao colo de um homem, uma família irlandesa que é o testemunho mais credível de que a menina foi transportada e o que as pessoas dizem é o que o mundo sabe: quem transportava aquela criança era a pessoa que estava a descer de um determinado avião, numa determinada data, com o filho ao colo, em Inglaterra, que era o pai da Madeleine. Não disseram que era parecido. Disseram que em quase 90% era o pai", disse.
"Todos abandonaram os filhos, todos eles deixaram os filhos ao abandono, e não em segurança como se diz. Se estivessem em segurança, a Maddie não tinha desaparecido", insistiu.
O antigo inspetor revelou ainda novas fotografias que diz serem da van ligada ao suspeito alemão, e nas quais a carrinha surge diferente e questionou as razões pelas quais diz terem alterado "as imagens da autocaravana".
"Será que as autoridades alemãs ou inglesas – não sei quem fez isto, seguramente não foi em Portugal – será que quem divulgou isto está a tentar ‘checkar’ informação, ver se aparece alguém a telefonar 'olhe eu vi a viatura' e não viu nada porque a viatura era de outra forma?", questionou Gonçalo Amaral, que lançou o livro sobre o caso "A Verdade da Mentira”.
Recorde-se que Christian Brueckner, que está preso naAlemanha, é o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann. As autoridades alemãs dizem ter provas de que a criança está morta.