O CESP – Sindicato dos trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal – denunciou, esta quarta-feira, a falta de condições de higiene e segurança nas lojas Pingo Doce de Lisboa.
Em comunicado, o CESP denuncia que “o surto de contaminação tem vindo aumentar nas lojas Pingo Doce na cidade de Lisboa, com dezenas de casos confirmados em diversas lojas, tal como informado em anteriores comunicados".
Na mesma nota, o CESP garante que tem vindo a exigir testes a todos os trabalhadores e a desinfeção total das lojas em que aparecem contaminados com covid-19, de modo a assegurar a saúde pública. No entanto, segundo o sindicato, "em vez de tomar todas as medidas necessárias de higiene e saúde, a empresa tem vindo a exigir em vários locais de trabalho que os trabalhadores assinem documentos em que impera a lei da rolha, procurando diminuir a perceção da gravidade da situação e ocultação perante a opinião pública, protegendo assim os seus enormes lucros”.
A Jerónimo Martins desmentiu a situação. Contudo, o CESP garante que continuam a chegar relatos de trabalhadores que contrariam a versão da empresa.
"É totalmente falso. Não há nenhum documento [que esteja a ser assinado para manter o silêncio sobre casos dentro das lojas]. As declarações são de uma irresponsabilidade e de uma falsidade que nos indignam", disse a diretora de recursos humanos do Pingo Doce, Margarida Manaia, à TSF.
Na conferência de imprensa desta quarta-feira, a diretora-geral da Saúde foi questionada sobre esta denúncia e afirmou que “quando há uma situação em que é feita uma denúncia às autoridades de saúde, essa denúncia tem que ser investigada”.
"Os meus colegas estarão certamente a verificar a veracidade dessa denúncia”, garantiu Graça Freitas.
A responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) sublinhou ainda que as empresas “têm um papel social muito importante no controlo da epidemia”.
“Sabemos hoje, embora isso possa mudar, que o contágio verifica-se sobretudo no interior das habitações, depois em contexto laboral e depois social”, disse, realçando festas e ajuntamentos “dão origem a muitos doentes ao mesmo tempo que vão para as suas habitações e acabam por contagiar outras pessoas”.
Graça Freitas reiterou que as entidades empregadoras têm uma responsabilidade social grande em “manter os seus planos de contingência e assegurar que os profissionais têm formação sobre esses planos”.