Enquanto alguns países levantam o véu da quarentena, com medidas restritivas cada vez menos exigentes na prevenção da covid-19, outras nações procedem com mais cautela.
Exemplo são nuestros hermanos que, depois de no último sábado terem decretado o fim do estado de emergência, detetaram 36 surtos ativos, 24 não controlados. O Governo espanhol implementou restrições em diversas regiões do país, mas a situação mais preocupante é na província de Huesca, onde foi detetado um surto no setor agrícola.
Nesta região, três concelhos tiveram de regressar à fase dois do desconfinamento. Aos restaurantes foi imposto uma limitação de ocupação de 50%, foram impostas proibições ao setor hoteleiro e os ajuntamentos voltaram a ser desaconselhados.
Na Alemanha, um surto de 1550 casos de infeção num matadouro da empresa Tönnies, o maior produtor de carne de porco da Alemanha, levou a que a cidade onde a firma está sediada, Gütersloh, no estado da Renânia do Norte-Vestefália, com cerca de 100 mil habitantes, tivesse de entrar novamente em confinamento. Esta decisão levou ao encerramento de creches, escolas, cinemas, ginásios e bares até ao final de junho.
A própria União Europeia está a tomar medidas para controlar o avanço da covid-19 no continente e, segundo avançou o New York Times, poderá bloquear a entrada de viajantes vindos dos Estados Unidos, Brasil e Rússia.
Um retrato não muito colorido do resto do mundo Apesar de o Governo chinês ainda não ter anunciado oficialmente a segunda vaga, Pequim começou a fechar-se na semana passada e as autoridades impuseram medidas restritivas nas zonas de maior risco e aumentaram a capacidade de execução de testes para um total de um milhão por dia. Esta prevenção deve-se a um surto no mercado de Xinfadi, que fornece mais de 80% das frutas e vegetais à capital, além de carne e peixe.
Na iminência de uma segunda vaga na Coreia do Sul, o Governo garantiu que serão reintroduzidas medidas de confinamento caso o número de novos casos não diminua rapidamente.
Apesar de ser considerado um dos países que lidaram melhor com a gestão da pandemia, segundo as autoridades de saúde, esta segunda vaga é explicada, em parte, pela transmissão entre jovens que, após serem levantadas as medidas de confinamento, começaram a frequentar os bares da capital.
Na mesma situação encontram-se Israel e a Nova Zelândia. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, disse que “se não mudarmos imediatamente o nosso comportamento em relação ao uso de máscara e ao distanciamento social, teremos de ser nós [Governo], contra a nossa vontade, a impor um regresso ao confinamento”.
Segundo o jornal Times of Israel, poderão ser introduzidas medidas de rastreamento através da geolocalização de telemóveis, um programa utilizado pela Shin Bet, serviços de segurança israelitas, em operações de contraterrorismo.
Já o Governo neozelandês foi obrigado a controlar as fronteiras através do exército e a implementar uma quarentena obrigatória a quem chega ao país (só podendo ser abandonada mediante a apresentação de um resultado negativo para a covid-19), após um ressurgimento de novos casos no país.
Nos Estados Unidos da América, os estados do Kansas e do Louisiana, após um súbito aumento de casos, adiaram o regresso ao trabalho e reintroduziram restrições. John Bel Edwards, governador do Louisiana, confessou ao New York Times que o estado não está pronto “para passar para a próxima fase”.