Angelita Habr-Gama, de 88 anos, é médica e venceu a covid-19, depois de 50 dias internada numa Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Este mês, voltou ao centro cirúrgico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, no Brasil, e conduziu as primeiras cirurgias após a recuperação.
A médica, que é uma conceituada gastroenterologista no Brasil, foi notícia quando em março testou positivo ao novo coronavírus e foi considerada uma doente em estado grave.
Tudo aconteceu depois de uma viagem à Europa com o marido, seguida de um congresso em Jerusalém, em fevereiro. Regressada ao Brasil, a médica deu uma festa com cerca de 400 pessoas e, poucos dias depois, apresentou os primeiros sintomas. A cirurgiã acredita que terá sido infetada na viagem, mas admite que tal também pode ter acontecido na festa.
Ao contrário do marido, que também ficou infetado, a médica apresentou sintomas graves e teve de ser internada. Dois dias depois de dar entrada no hospital, teve de ser entubada e sedada numa UCI. Mas admite que o tratamento que recebeu, não é a realidade da maioria dos brasileiros.
"Dar uma boa assistência ao paciente é fundamental para que ajudá-lo a ter uma boa recuperação", comentou, em declarações à BBC Brasil.
"Não achei que resistiria. Era um quadro muito grave", admitiu.
No entanto, contra todas as expectativas, a 10 de maio, recebeu alta hospitalar e, cerca de um mês depois, regressou ao trabalho.
"Não foi fácil vencer a covid-19, mas depois de ter vencido essa barreira, as coisas tornaram-se ainda mais agradáveis. Quero continuar exercendo a minha profissão. Estou bem de saúde e intelectualmente. Assim, vou levando a vida", afirmou.