Ahmad Ayyad é mais um exemplo dos efeitos devastadores da covid-19 no corpo humano. Tinha um restaurante, ajudava nos negócios da família, fazia maratonas, dava aulas de basquetebol e boxe. Em pouco tempo Ahmad, que vive em Washington DC, nos Estados Unidos, viu a sua vida mudar radicalmente.
Deixou de conseguir subir escadas ou até mesmo conduzir sem ficar com falta de ar e extremamente cansado. A isso juntou-se a tosse, os espirros, a febre alta e a falta de apetite. No dia 15 de março, e depois de pensar que se trataria apenas de uma gripe, Ahmad, de 40 anos, foi aconselhado a ir ao hospital onde viria a descobrir que estava infetado com covid-19.
Com mais de 100 quilos e extremamente ativo, teria tudo para pensar que o vírus não o iria atacar gravemente. Mas o seu quadro clínico piorou e teve mesmo de ser ligado a um ventilador e transferido para Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, onde foi colocado em coma induzido durante 25 dias.
Ahmad conseguiu vencer o novo coronavírus e no dia 22 de abril teve alta hospitalar. Apesar do vírus já não estar no seu corpo, deixou marcas. Perdeu 27 kg e ficou com o coração e os pulmões debilitados. A falta de fôlego começou a estar presente nas atividades diárias. Aos poucos, vai retomando o exercício físico.
Sem saber ao certo quando foi infetado, Ahmad admite que foi um processo “bastante emotivo” e deixa um aviso a todos aqueles que acham que são “imunes” porque são “saudáveis”.
“Eu sabia que estava nisto completamente sozinho. Então liguei para um amigo meu para ir buscar o meu cão. E foi isto. Eu não sabia o que estava por vir. Eu não sabia se aquela seria a última vez que eu iria falar com eles. Eu não sabia se estava prestes a morrer", contou à CNN.
"As pessoas estão a agir como se o vírus tivesse desaparecido. Mas não desapareceu. Usa a tua máscara. Não te juntes em grupos grandes. Cuida de ti e das pessoas à tua volta(…) Leva isto a sério. Isto não é uma brincadeira. Isto pode matar-te, mesmo que penses que és saudável e imune a isto. Não és", rematou.