por Pedro d'Anunciação
Quando lançou o seu livro Capital, Thomas Piketty transformou-se num dos economistas mais influentes, e parecia de facto merecê-lo: ia contra a onda maioritária do momento, defendendo a igualdade e um socialismo sem dogmas, participativo.
Mas agora vê-se que propõe um novo imposto irracional e cego: para quem não tem dívidas.
Pode ser uma pessoa com reduzidíssimos rendimentos, mas que se esforça por não ter dívidas – e é por isso penalizado; por outro lado, uma pessoa com rendimentos mais altos, mas que não gosta de se privar de luxos e desnecessidades, com dívidas, de que não se importa nada (e até tentará não as pagar) – ficaria de fora do novo imposto.
Ora isto parece-me muito pouco justo e fora de qualquer igualdade saudável, ou de qualquer socialismo participativo.