Ana Leal anunciou, esta sexta-feira, o fim do seu vínculo profissional com a TVI. Nas redes, a jornalista deixou um texto a despedir-se da estação onde esteve nos últimos 20 anos e agradeceu aos colegas de profissão que a acompanharam.
"20 Anos de TVI que chegaram ao fim. Moro num livro envelhecido pelo tempo. Hoje abri esse livro. As imagens sucedem-se. São a minha existência. O que vi. O que senti. O que ninguém poderá contar por mim. Nomes. Lugares. Pessoas. Rostos. Expressões. Montanhas. Vales. Cores. Cheiros. Medo. Esperança. Memórias. O que nunca me conseguirão tirar porque fui eu que escrevi essas linhas. Hoje chorei. Amanhã será outro dia”, começou por escrever a jornalista numa publicação partilhada no Facebook.
“A todos quer agradecer a fase mais feliz da minha vida enquanto jornalista. Foram momentos de puro prazer e de dever cumprido. Durante o programa Ana Leal, emitimos cerca de cem reportagens de investigação que incomodaram poderes instalados e pessoas que se julgavam intocáveis. Voltaria a fazer tudo da mesma forma, com o orgulho de quem não verga a nenhum tipo de pressão”, rematou.
Recorde-se que, em maio, os jornalistas que integravam a equipa do programa ‘Ana Leal’ criticaram a decisão da Direção de Informação da TVI por cancelar o segmento. O programa foi suspenso no dia 10 de março e a equipa, constituída pela jornalista e outros três repórteres, foi dissolvida 16 dias depois.
Ao conselho de redação da TVI foram detalhadas por estes jornalistas diversas investigações que a direção de informação da estação de Queluz de Baixo terá travado e conversas mantidas com o diretor de informação. A maioria das reportagens que não chegaram a ser emitidas eram relativas à covid-19, mas há a descrição de uma investigação que envolvia o atual Governo angolano que nunca viu a luz do dia.
No entanto, o conselho de redação da TVI considerou que o diretor de informação não censurou qualquer investigação da equipa liderada pela jornalista.