“Não disse que os transportes não eram um foco de transmissão”, diz Marta Temido

Na habitual conferência de imprensa das autoridades de Saúde, a ministra esclareceu a questão dos casos de infeção associados a transportes públicos. Marta Temido comentou ainda a exclusão de Portugal dos “corredores” turísticos do Reino Unido e considerou que “não há nada que justifique esta decisão”.

A ministra da Saúde revelou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que há 7.929 casos ativos de covid-19 na região de Lisboa, o que significa que 60% das infeções atuais se registam nesta área.

Segundo Marta Temido, Portugal contabiliza agora 34 surtos ativos. A ministra admite assim que os números registados não são os pretendidos. 

"Os números não são ainda aqueles que gostaríamos de ter e vamos ter de continuar a empenhar o nosso melhor esforço para impedir a propagação epidémica", disse.

Destes 34 surtos ativos, 18 dizem respeito à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, cinco na ARS do Centro, cinco na ARS do Alentejo e seis na ARS do Algarve. 

Acerca dos lares de idosos, onde ocorreram “mais de um terço dos óbitos no país”, a governante disse que está a ser equacionada a retoma de “alguns programas de rastreio de uma forma mais aleatória e dirigida aos trabalhadores destas instituições”. Estas instituições vão ainda ter visitas de “equipas conjuntas formadas pela saúde, pela segurança social e Proteção Civil, sempre que necessário e adequado, para um controlo permanente das boas práticas”.

Na mesma conferência de imprensa a ministra esclareceu ainda a questão dos casos de infeção associados a transportes públicos. Marta Temido disse que nas “identificações de infeção que temos não há nenhuma associada a contágio em transportes”, mas destaca que “não disse que os transportes não eram um foco de transmissão”.

A ministra revelou ainda que a vacina da gripe vai começar por ser administrada o “mais precocemente possível”, começando pelos profissionais de saúde e prestadores de cuidados e os idosos residentes em lares.

A governante acabou por comentar também a exclusão de Portugal dos “corredores” turísticos do Reino Unido e considerou que “não há nada que justifique esta decisão”, sobretudo quando se compara a situação epidemiológica de Portugal com o Reino Unido.