Um dos muitos golfinhos que têm sido vistos, há dias consecutivos, no rio Tejo, morreu no dia 24 de junho, na Doca de Belém, segundo o SOL conseguiu apurar junto da Autoridade Marítima Nacional. O animal foi encontrado sem cauda.
«A Polícia Marítima de Lisboa fez o registo da ocorrência e foram enviados os dados relativos ao golfinho para o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). A remoção ficou ao cargo da Administração do Porto de Lisboa, uma vez que a Doca de Belém é da sua responsabilidade», explicou a tenente Inês André, sublinhando não ter informações sobre a causa de morte do animal – que só pode ficar devidamente esclarecida com a realização de uma necropsia, tal como indicou ao SOL o dirigente regional da Quercus, João Branco. «Avalia se é uma morte natural, provocada por uma doença ou velhice, ou se foi um acidente, algum tipo de envenenamento ou ainda outros fatores, como a ingestão de plásticos», revelou, considerando que é «bom sinal» que haja golfinhos no rio Tejo. «É sinal de que a população está, de algum modo, a expandir-se e também de que há uma certa melhoria da qualidade da água», reforçou João Branco.
Certo é que estes mamíferos têm surpreendido muitos velejadores que filmam os momentos e partilham nas redes sociais. «É natural que, com o sossego e menos movimento dos navios de cruzeiro, de carga e de pesca, os golfinhos se tenham sentido mais à vontade para entrar no rio Tejo. É uma coisa absolutamente normal. Podia ser melhor, porque o Tejo tem alguns problemas de poluição que se agravam no verão, mas a visita tem muito a ver com a qualidade da água, além do sossego», adiantou João Branco. A ambientalista Telma Costa, também da Quercus, concorda: ao existirem menos embarcações devido às restrição da pandemia de covid-19, os golfinhos têm a tendência de ir para o rio Tejo.
«Tem a ver não só com as águas mais limpas mas também com a redução de embarcações a circular, o que permite que os golfinhos venham mais ao rio Tejo. Voltarem a entrar no rio é perfeitamente normal. Serem vistos também é normal, porque há menos movimento», adiantou ao SOL.
Ontem a Câmara Municipal de Lisboa partilhou na página oficial do Facebook um vídeo de cerca de 25 minutos em que é possível ver vários golfinhos a nadar no rio Tejo, junto à Ponte 25 de Abril. A publicação conta com milhares de reações e mais de 600 comentários.