Alfredo Trofa morreu este domingo. O realizador de "O Povo que Canta", feito com o musicólogo Michel Giacommetti morreu aos 81 anos.
"Deixou-nos hoje o Alfredo Tropa. Realizador de inúmeros documentários e programas de televisão, especialmente para a RTP onde trabalhou durante muitos anos, contribuiu também para o cinema português com a realização várias curtas-metragens", escreve fonte da Academia Portuguesa de Cinema, numa nota publicada no Facebook.
Na mesma nota, a Academia informa que o realizado será um dos homenageados com o Prémio Sophia de Carreira 2020, "celebrando assim a academia, os 50 anos do nascimento do Centro Português de Cinema".
Das longa metragens de Alfredo Tropa destacam-se "Pedro Só" (1972) e "Bárbara" (1980). O realizador nasceu no Porto, em 1939, tendo estudado na Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra, onde se iniciou no movimento cineclubista e, em 1960, realizou a sua primeira curta-metragem, "Inundações". No ano seguinte partiu para Paris, onde, com uma bolsa do Fundo do Cinema Nacional, obteve o diploma de realização no Institut des Hautes Études Cinématographiques.
Estagiou na televisão francesa, tendo regressado a Portugal para participar na fundação da Média Filmes. É um dos nomes fundadores do Centro Português de Cinema e um dos primeiros cineastas portugueses apoiados pela Fundação Calouste Gulbenkian.
Alfredo Tropa entrou nos quadros da RTP, em 1968, onde em 1987, realizou a série de ficção "Luísa e os Outros". Foi o realizador que acompanhou a investigação do musicólogo Michel Giacometti e do compositor Fernando Lopes-Graça, tendo esta ficado documentada na série "O Povo que Canta".