Entre 19 de março e 2 de maio – período de maior incidência da pandemia de covid-19 em Portugal –, o número de veículos controlados por radares da PSPe da GNR sofreu uma diminuição de 71,1%. Um total de mais de oito milhões e 700 mil viaturas foram fiscalizadas presencialmente ou através de meios de fiscalização automática. Segundo revelou o relatório de Sinistralidade e Fiscalização Rodoviária da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) também o número total de veículos fiscalizados decresceu de forma substancial em relação ao período homólogo de 2019 – verificou-se uma diminuição de 21%.
Além disso, nesse mesmo período, as infrações detetadas tanto pela PSP como pela GNR registaram uma queda significativa em relação ao mesmo período do ano passado – de 101.217 em 2019 para 29.739 este ano, ou seja, uma diminuição de 70,6%.
No entanto,o excesso de velocidade continua a ser uma das principais razões que levam as forças de segurança a atuar perante os automobilistas, correspondendo a 76,5% do total registado. Já os números relativos à condução sob o efeito de álcool, que em 2019 representou 3.698 infrações, diminuíram drasticamente neste período, registando um decréscimo de 86,4%. "Quanto à variação registada face ao período homólogo de 2019, verificou-se uma diminuição em todos os tipos de infração que, nalguns casos, foi superior a 80%, como aconteceu com a condução sob o efeito de álcool, uso de telemóvel e não utilização de cintos de segurança", pode ler-se no relatório. Por conseguinte, em termos de criminalidade rodoviária, "o número total de detenções no período em análise diminuiu 63%, em comparação com 2019, atingindo 1260 condutores".
Além disso, houve também menos mortes e acidentes nas estradas nos primeiros cinco meses do ano – alguns dos quais passados em confinamento devido ao novo coronavírus. Este ano, até maio, houve menos 63 mortes nas estradas em relação ao período homólogo de 2019, registando-se também uma diminuição do número de acidentes com vítimas – menos 4531 –, bem como do número de feridos graves – menos 226 – e ligeiros – menos 5.824. "Observou-se uma melhoria nos principais indicadores de sinistralidade", indicou o relatório.
No período em que vigorou o estado de emergência devido à covid-19 – de 19 de março a 2 de maio –, registou-se um "acentuado decréscimo em todos os indicadores de sinistralidade", uma tendência que já havia sido verificada, porém, logo no início do ano, entre 1 de janeiro e 18 de março. Aí, foram registados menos 63,8% de acidentes com vítimas, menos 48,7% de vítimas mortais, bem como menos de metade dos feridos graves (57,0%) e menos 67,9% de feridos ligeiros.