As celebrações do 4 de Julho, Dia da Independência dos Estados Unidos, foram este ano marcadas por uma mão-cheia de notícias surpreendentes.
O Presidente norte-americano assinalou a data com um vídeo onde surgia ao lado da primeira-dama, Melania Trump. Perante as câmaras, Donald Trump fez afirmações de veracidade dúbia acerca do coronavírus, numa altura em que o país regista um número recorde de infeções, com cerca de 50 mil novos casos por dia. “Já testámos quase 40 milhões de pessoas. Ao fazê-lo, os casos aparecem, 99% dos quais são totalmente inofensivos”, disse o Presidente dos EUA, acrescentando ainda que “provavelmente teremos uma vacina e/ou tratamento muito antes do final do ano”.
Estas afirmações surgem poucos dias depois de Trump ter declarado que a covid-19 vai “simplesmente desaparecer” – ao mesmo tempo que se registava o recorde diário de infeções provocadas pelo coronavírus (entre terça e quarta-feira foram identificados cerca de 50 mil novos casos). Na última sexta-feira, Kimberly Guilfoyle, namorada do seu filho mais velho e uma das principais responsáveis pela angariação de fundos para a campanha de reeleição, testou positiva para o coronavírus.
Na sua declaração, o Presidente lançou ainda ataques à China e à “esquerda radical”. “Estamos no processo de derrotar a esquerda radical, os marxistas, os anarquistas, os agitadores, os saqueadores e pessoas que, em muitos casos, não têm a mínima noção do que estão a fazer”.
Ye For President Enquanto isso, o rapper norte-americano Kanye West anunciava no Twitter a sua candidatura à Casa Branca. “Devemos cumprir agora a promessa dos Estados Unidos confiando em Deus, unificando a nossa visão e construindo o nosso futuro. Vou concorrer à Presidência dos Estados Unidos”, podia ler-se no post, que incluía ainda o slogan “#2020Vision”.
A reação mais viral ao tweet do autor de álbuns seminais do hip-hop, como My Beautiful Dark Twisted Fantasy, foi a do empresário Elon Musk, fundador da Tesla e da SpaceX. “Tens todo o meu apoio”, escreveu.
Nos últimos anos, Kanye tem sido um forte defensor da política e da figura de Trump, com quem teve uma reunião em 2018 na Casa Branca para discutir a violência e o sistema prisional nos Estados Unidos.
Justiça para Floyd? Tou Thao, um dos quatro ex-agentes da polícia de Mineápolis envolvidos na morte de George Floyd, em maio, saiu da prisão, depois de pagar uma fiança de cerca de 666 mil euros, segundo avança o jornal local Star Tribune.
Este é o terceiro elemento envolvido na ocorrência a sair da prisão. Lane e Kueng, também demitidos da corporação e acusados de “auxílio não intencional e cumplicidade em homicídio em segundo grau, bem como auxílio e cumplicidade em homicídio por negligência”, já foram libertados, depois de pagarem as respetivas fianças. O mesmo jornal revela que os ex-polícias terão de se apresentar à justiça em setembro.
Mergulho e tragédia Manifestantes em Baltimore, que protestavam pelo movimento Black Lives Matter e contra a atuação policial na morte de George Floyd, derrubaram uma estátua de Cristóvão Colombo e lançaram-na à água de um porto da cidade.
Vários manifestantes têm exigido a retirada de estátuas de figuras polémicas. No caso de Colombo, a justificação apresentada para a destruição das suas estátuas, que tem ocorrido em cidades como Miami, Richmond, St. Paul e Boston, prende-se com o seu envolvimento no genocídio e exploração dos povos nativos nas Américas.
“Nunca deixaremos que uma multidão em fúria destrua as nossas estátuas, apague a nossa história, doutrine as nossas crianças ou atropele as nossas liberdades. Vamos ensinar as nossas crianças a adorar o nosso país para que possam construir o seu futuro”, garantiu Trump. “O nosso modo de vida começou quando Colombo descobriu a América”.
Já em Seattle, uma manifestação teve um final trágico quando duas jovens foram atropeladas por um carro em contramão.
Summer Taylor, de 24 anos, morreu à noite no Harborview Medical Center, e Diaz Love, de 32 anos, também atingida no acidente, está em estado grave na unidade de cuidados intensivos, também em Harborview.
Segundo as autoridades, o condutor, Dawit Kelete, de 27 anos, não teve motivações políticas. Contudo, nem todos concordam com esta opinião. “Não percebi bem o que aconteceu, mas não me pareceu um acidente”, disse um manifestante. “Ele não abrandou, não parou”.
Love estava a filmar em direto o protesto para o Facebook numa transmissão de quase duas horas quando o vídeo terminou abruptamente, após ser atingida. O condutor permanece detido e, depois de ser apresentado a um juiz, foi-lhe negada a possibilidade de sair sob fiança.