Graça Freitas garante que informação dos boletins está “o mais perto possível da realidade”

“Não tem nada a ver com esconder casos. O nível de casos reportado a nível nacional é o número do qual temos conhecimento”, assegurou.

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, garantiu, esta segunda-feira, que “a vigilância epidemiológica em Portugal nunca foi tão escrutinada”, depois de ser questionada sobre os boletins diários dos últimos dias.

Na habitual conferência de imprensa, a responsável da Direção-Geral da Saúde (DGS) disse que os boletins são “o mais perto possível da realidade”.

“Até à data captámos quase 400 mil pessoas suspeitas, o que gera um volume de milhões de informações”, disse, realçando que o sistema é “complexo” e tem sofrido “melhorias e incrementos”.

“Há mais de 125 dias que Portugal reporta ininterruptamente o total de casos confirmados. Muitos países não reportam com esta regularidade. Temos de estar orgulhosos do caminho que fomos fazendo para fornecer aos decisores e aos portugueses a informação o mais perto possível da realidade”, defendeu.

Quanto aos dados dos concelhos, Graça Freitas lembrou que a nível local, “há outros instrumentos” e é possível “captar dados precocemente que ainda não entraram nas plataformas informáticas”.

“Não tem nada a ver com esconder casos. O nível de casos reportado a nível nacional é o número do qual temos conhecimento”, assegurou.

Sobre os lares, onde já foram identificados vários surtos de covid-19, a diretora-geral da Saúde garantiu que vão ser “intensificadas” todas as medidas que já foram implementadas e será feito um “reforço centrado num plano de visitas conjuntas a estas instalações”.

“Sabemos que nos lares estão pessoas vulneráveis. Queremos trabalhar com os profissionais e com as entidades que trabalham nestas instituições para minimizar o risco”, disse.

Na mesma conferência de imprensa, o secretário-geral da Saúde, António Sales revelou que os resultados preliminares do inquérito serológico realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) serão divulgados ainda este mês. Fernando Almeida, presidente do INSA, esteve presente e anunciou que a recolha de dados terminou na sexta-feira e que participaram 2.072 pessoas de todo o país.

“Esperamos perceber a proporção de casos de pessoas com um nível elevado de anticorpos”, disse, acrescentando que o estudo será repetido daqui a cinco meses e depois de três em três meses.

António Sales assegurou ainda que está a ser feito um “esforço grande de recuperação” da atividade assistencial nos hospitais e disse que, em maio, já tinham sido remarcadas 40% das consultas desmarcadas devido à covid-19 e 30% das cirurgias.

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