por Pedro d'Anunciação
Embora seja tudo de esperar dos partidos do Centrão Nacional com vocação de Poder (PS, PSD e CDS, fora os que se esforçam por pertencer ao grupo), ouvir o PSD estranhar a nomeação de Mário Centeno para o Banco de Portugal dá vontade de rir.
Por alguma razão Centeno até usou os argumentos de Cavaco Silva para defender esta sua nomeação: contra a ideia de que as funções de ministro representem um cadastro.
É que de facto o PSD foi o que nomeou mais ex-ministros ou membros do Executivo não só para o Banco de Portugal, como para grandes empresas (como a Lusoponte) que tinham a ver com a actividade dos ex-ministros nomeados.
Claro que o ideal é ter sempre alguém pouco credível para defender o que para o partido deveria ser indefensável. Mas tem havido também actividades dos sociais-democratas, nomeadamente, apoiando legislação ad hominem de outros partidos, contra Centeno. O tal que de início só tinha posições erradas, mas depois se considerou ser o melhor deste Governo, igual ao que o PSD faria em situações semelhantes (embora nunca o tenha feito), e dar garantias de independência relativamente ao Executivo socialista, mesmo no Banco de Portugal.