O médico obstetra Artur Carvalho, que acompanhou a gravidez da mãe do bebé Rodrigo – que nasceu com malformações graves em Setúbal – reformou-se no dia 1 de julho, disse a ministra da Saúde, esta quarta-feira no Parlamento.
A ministra, ouvida na Comissão de Saúde a pedido do PAN sobre este caso, fez questão de sublinhar que o envolvimento de Artur Carvalho neste caso foi enquanto profissional de uma entidade convencionada e não como médico do Serviço Nacional de Saúde.
"Não posso deixar de refutar algumas observações que foram feitas" por deputados na audição que referiam que "este caso mostra as fragilidades do Serviço Nacional de Saúde e que mina a confiança no Serviço Nacional de Saúde", disse
"Esta infeliz circunstância mostra as fragilidades do modelo regulatório e há um conjunto de entidades que têm por obrigação melhorá-la e, portanto, essa é a principal lição que eu penso que vale a pena daqui retirar", acrescentou.
Para a governante, este é um caso "que responsabiliza a todos e do qual nenhum de nós está isento porque feriu-nos naquilo que é de mais profundo, naquilo que são as nossas as nossas convicções, a nossa confiança, naquilo que é o funcionamento normal da qualidade de determinados atos".
Marta Temido afirmou que "o único aspeto" que "ainda assim encoraja" é "o de saber que a família do Rodrigo e o Rodrigo, com o sofrimento que possam estar a passar, continuam a ser acompanhados pelo Hospital de Setúbal através dos seus serviços".
"É uma situação que continuaremos de facto a apoiar na medida daquilo que são as nossas possibilidades", garantiu a ministra.
Recorde-se que o obstetra Artur Carvalho foi expulso da Ordem dos Médicos, a pena máxima prevista nos Estatutos da Ordem dos Médicos, tendo o seu advogado dito que iria recorrer.